Morador no ES, Eleutério Coleoni Camargo teria ido a Mundo Novo para matar cunhado de Douglas; Jovem foi assassinado em 2017.

Preso em ação contra “máfia” vai a júri por assassinato de pistoleiro
Família ficou conhecida em Mundo Novo por alto padrão de vida, incluindo Ferrari Amarela. / Foto: Reprodução/Facebook

Preso na operação Laços de Família, em que a PF (Polícia Federal) investiga uma família de Mundo Novo que atuava como “máfia” e mantinha relações comerciais com a facção criminosa PCC (Primeiro Comando a Capital), Douglas Alves Rocha vai a júri popular em agosto.

Ele é acusado de matar Eleutério Coleoni Camargo em janeiro de 2015, contratado para executar seu cunhado Jeferson Molina, que acabou assassinado ano passado. Jeferson é filho do policial militar Silvio Cesar Molina Azevedo, preso pela PF e apontado como líder do clã.

 
O julgamento de Douglas foi marcado para 17 de agosto. O juiz Eduardo Floriano Almeida também determinou, a pedido do MP/MS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), a prisão preventiva do réu. Ele já está preso desde 25 de junho, quando a operação cumpriu ordem de prisão por organização criminosa, além do flagrante com uma pistola e munições.

“Extrai-se de todos os elementos que as medidas cautelares são ineficientes na situação e que a prisão se justifica pela reiteração do acusado em novas práticas delitivas, justificando-se a proteção da ordem pública”, afirma o juiz na decisão.

Conforme o processo, na noite de Réveillon, virada do ano de 2014 para 2015, Douglas e Eleutério, moradores, respectivamente de Mundo Novo e Serra (Espírito Santo), encontraram-se por acaso em frente à igreja Católica, na área central da cidade. Como se conheciam, a conversa logo virou um convite para ir a casa de Douglas.

No diálogo, a vítima teria confessado que, na verdade, estava em Mundo Novo não para passar férias, mas sim porque tinha sido contratado para executar duas pessoas na cidade, sendo uma delas Jeferson Molina.

Desconfiando que o segundo alvo com morte encomendada poderia ser ele, Douglas dirigiu-se até o sofá da sala, de onde retirou uma pistola e efetuou oito tiros. O autor fugiu do local em um veículo Azera de cor preta, levando a arma do crime.

Laços de família - O policial militar Silvio Cesar Molina Azevedo é apontado como líder e a família chamava atenção por ostentar alto padrão financeiro, com Ferrari amarela e viagens. Além do tráfico, a operação fechou, com autorização da Justiça Federal, 10 empresas suspeitas de serem utilizadas na engrenagem da lavagem de dinheiro. Outras 50 pessoas seriam laranjas no esquema.

Em três anos de investigações, os agentes conseguiram interceptar mais de 27 toneladas de maconha. De acordo com o superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso do Sul, Luciano Flores de Lima, a família “mantinham o terror” e usavam a região Conesul para retirar toneladas de maconha do Paraguai e enviar para outros Estados.