A portaria da Corregedoria da Polícia Civil do estado cancelando o seu afastamento foi publicada nesta segunda-feira (4), no Diário Oficial. Assinada pela corregedora-geral da Polícia Civil, delegada Rosely Aparecida Molina.

Policial civil preso em operação contra pornografia infantil em MS é colocado em liberdade e reintegrado as suas funções
Portaria da Polícia Civil que determina que o policial suspeito de envolvimento com pornografia infantil seja reintegrado as suas funções. / Foto: Reprodução/G1 MS

O investigador da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul de 36 anos que foi preso no dia 17 de maio em Campo Grande, durante a Operação Luz da Infancia 2, contra a pornografia infantil, ganhou a liberdade e após ter sido afastado das suas funções logo após a prisão, foi reintegrado a corporação.

A portaria da Corregedoria da Polícia Civil do estado cancelando o seu afastamento foi publicada nesta segunda-feira (4), no Diário Oficial. Assinada pela corregedora-geral da Polícia Civil, delegada Rosely Aparecida Molina, aponta que o suspeito foi reintegrado após obter a liberdade provisória, concedida pelo juiz Marcelo Ivo de Oliveira, da 7ª Vara Criminal de Competência Especial da Comarca de Campo Grande.

A portaria reitera ainda que o policial foi preso em flagrante pelo crime previsto no artigo 241-A, do Estatuto daCriança e Adolescente, que prevê pena de três a seis anos de prisão e multa, por: “Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, distribuir, publicar ou divulgar por qualquer meio, inclusive por meio de sistema de informática ou telemático, fotografia, vídeo ou outro registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente”.

No documento que determina a reintegração do policial preso na operação contra a pornografia infantil, a corregedora aponta que o retorno do suspeito contaria a partir do dia 24 de maio e que deveriam ser restituídas a ele, sua arma, a carteira funcional e ainda o acesso aos bancos de dados da corporação.

O policial já atuou no município de São Gabriel do Oeste. Na capital sul mato-grossense, trabalhou na Delegacia Especializada em Repressão a Crimes de Defraudações e Falsificações (Dedfaz) e, atualmente, como destaca a portaria, está lotado na Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro.

Em depoimento que prestou a Corregedoria, o policial, acompanhado de um advogado, ele negou envolvimento nos crimes. "Disse [o suspeito] que não sabia, que deixou baixando [computador baixando arquivos] e entrou no programa para baixar música", comentou a delegada Molina na época. Ela relatou ainda que o suspeito comentou que "recebia do nada, olhava e deletava" o material.

A operação em que o policial de Campo Grande foi preso, foi deflagrada simultaneamente em todo o país. Além dele, foram presos em Mato Grosso do Sul outros seis homens por suspeita de armazenar e compartilhar conteúdo pornográfico de menores de idade.

Além de Campo Grande, foram cumpridos mandados em Naviraí, Glória de Dourados e Dourados, municípios da região sul do estado. Ao todo, 56 policiais estiveram envolvidos na ação em Mato Grosso do Sul.

Em todo o Brasil, a operação envolveu cerca de 2,6 mil policiais civis. Eles cumpriram mais de 500 mandados de busca e apreensão de arquivos com conteúdos relacionados a crimes de exploração sexual contra crianças e adolescentes.

Os alvos foram identificados pela Diretoria de Inteligência da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com base em elementos informativos coletados em ambientes virtuais, que apresentavam indícios suficientes de autoria e materialidade delitiva.