Ele já foi autuado quando polícia achou fotos no computador e agora será indiciado pela Deam por "passar a mão" em jovem em ensaio.

Fotógrafo investigado fazia "ensaios sensuais" com adolescentes

Investigado depois de ser um dos expostos no Twitter com a tag #exposedcg, fotógrafo alvo de inquérito na Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) tem 25 anos e já foi autuado, em 2018, porque fazia o mesmo “ensaio sensual” com menores de 18 anos. Foi o que contou a delegada adjunta Anne Karine.

Ela afirma que a polícia encontrou fotos de adolescentes com lingerie no computador dele, prática probida por lei. Ele tem um estúdio e os atos de importunação sexual e atos libidinosos pelo qual é investigado, agora, depois de ser exposto em rede social, ocorreram na mesma situação.

A delegada conta que vai ouvir mais uma testemunha e apresentar o inquérito em até 30 dias para que a Justiça abra uma ação contra ele. Ainda assim, até agora, é o único caso levado até ela depois do movimento criado no Twitter. Ou seja, o movimento ainda está apenas nas redes sociais. Ela pede que as vítimas não tenham medo e denunciem.

Depoimento – Em depoimento nesta quinta, ele negou a acusação. Segundo a delegada, pelo depoimento da vítima de 19 anos, quando ela chegou no dia 14 de março para a sessão de fotos, o fotógrafo já pediu “para que ela tirasse a roupa”.

Segundo a delegada, ele lançou concurso no Instagram para escolher modelo para a sessão de fotos. Quando a vítima pediu que ele tirasse a mão dela, não parou e só cessou de tocá-la quando amigos da vítima chegaram no estúdio.

A delegada contou “já ter elementos suficientes para a denúncia”. “Não precisa ter medo de vir, precisa procurar a polícia e denunciar”, encorajou ela.

Exposedcg – Campo Grande acompanhou movimento nacional e hoje já tem 22,7 mil publicações com a tag #exposedcg no Twitter. Entre relatos que não são crimes e até memes, surgem milhares de histórias sobre assédio sexual e estupro contra jovens mulheres, adolescentes e até crianças.

Ainda assim, delegadas e advogadas que atuam nas causas de gênero têm alertado contra o perigo da exposição dos nomes, que pode gerar avalanche de acusações judiciais contra as vítimas. Elas pedem, também, que as denúncias não fiquem no Twitter: levem os casos até a delegacia.