De acordo com a delegada, a vítima na época havia relatado que o médico usava métodos não usuais nas consultas apalpando o seu corpo, de forma não apropriada.

Flagrado pedindo propina, ginecologista foi denunciado por abuso sexual

O médico ginecologista, Ricardo Chauvet, flagrado em vídeo pedindo propina para fazer uma cirurgia do SUS (Sistema Único de Saúde), na Santa Casa de Corumbá, já foi denunciado em 2016 por violência sexual mediante fraude contra uma paciente, segundo informações policiais.

A delegada Tatiana Zyngier, da DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Corumbá, informou ao Jornal Midiamax, que o inquérito foi concluído e que o Ministério Público já denunciou o ginecologista por violência sexual mediante fraude.

De acordo com a delegada, a vítima na época havia relatado que o médico usava métodos não usuais nas consultas apalpando o seu corpo, de forma não apropriada.

O médico que também atua como legista da Polícia Civil da cidade, teria sido denunciado em 2016 por uma paciente, que procurou a delegacia da mulher após ser apalpada pelo ginecologista de forma inapropriada durante uma consulta.

Agora, Ricardo foi flagrado ao cobrar de uma paciente o valor de R$ 1 mil para fazer uma cirurgia de retirada de mioma no útero, mesmo trabalhando e atendendo pelo SUS. A conversa foi gravada e revelada neste fim de semana pelo Jornal Nacional, da Rede Globo.

Em trechos da conversa gravada pela mulher, o ginecologista diz que não vai fazer a cirurgia pelo valor que o SUS paga de R$ 24. “Eu não faço pelo SUS, tá? Por motivos simples. O SUS paga R$ 24 para fazer isso, eu não vou botar a mão num útero de uma mulher ‘desse tamanho’, com cinco cesáreas anteriores, por R$ 24 reais. Eu não vivo disso, tá”.

Em outro trecho da conversa, ele propõe a paciente o pagamento particular da cirurgia, “Então, eu posso te fazer uma proposta pra te facilitar de custo. Eu posso manter ela com a cirurgia pelo SUS e a gente faz o acerto à parte. Em dinheiro, sem recibo e antecipado, tá? Isso te custaria R$ 1 mil, tá? “

“Só que isso é ilegal, tá? Mas eu tenho duas opções: ou o ilegal ou eu não faço. Em outra condição você não vai conseguir. Pra fazer com outros colegas vai ser na mesma condição que estou te propondo ou mais. Então é a grande chance”.

Com as gravações em mãos, a mulher procurou a delegacia da cidade para registrar a ocorrência. Ela ainda aguarda pela cirurgia.

A reportagem tentou contato com o médico e com a defesa dele para comentar as denúncias, e aguarda retorno.

Em contato com a secretaria de saúde da cidade, o Jornal Midiamax foi informado de que um PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) será abeto contra o médico, que será encaminhado para a Corregedoria do município.

Já em contato com a Sejusp (Secretaria de Estado e Segurança Pública) fomos informados que não será aberto procedimento contra o médico legista, já que ele não estava exercendo suas funções quando o caso aconteceu.