A dor de Suellen Vieira, mãe da jovem Mariana Vitória Vieira de Lima, é imensurável.

 “Ver ele solto me dói mais ainda”: mãe de Mariana relembra sexto sentido sobre namoro e se revolta com liberdade de Rafael

A dor de Suellen Vieira, mãe da jovem Mariana Vitória Vieira de Lima, é imensurável. E para ela, parece que hoje ficou maior quando soube que Rafael de Souza Carrelo, o responsável pela morte da filha foi para casa cumprir prisão domiciliar. Mariana morreu na madrugada de sábado (15) ao ser atropelada pelo namorado. Em entrevista a nossa reportagem, Suellen contou que não aceitou falar com a mãe de Rafael e que vai lutar por justiça.

“Estou sofrendo muito. E cada notícia que vejo fico pior. Minha filha, ela era muito responsável, não eduquei ela para isso e eu sei que ela tinha muito cuidado com o carro, que foi dado pelo avô. Foi uma das maiores alegrias dela', contou Suellen já deixando claro que não acredita na história contada por Rafael que tinha sido uma brincadeira.

Mariana fazia cursinho e a mãe tinha total confiança na jovem. “E como sempre orientei muito a ela sobre tudo, confiava nela, em deixar ela sair com quem ela quisesse, porque ela era centrada, na medida da idade dela, mas quem conhece minha filha sabe que ela nunca participaria disso', reafirma mais de uma vez com a convicção que as mães tem.

Já o sexto sentido maternal, também vem a tona na conversa com a reportagem. “Eu não gostava dele, mesmo ele sendo bonzinho, educado. Meus filhos adoravam ele, mas eu tinha algo dentro de mim que falava que não, que não, sabe?', questiona buscando respostas de mãe para mãe. E confessa. “Cheguei a pensar que era bobeira da minha cabeça, mas eu não conhecia a família dele, histórico dele nada, apenas que era um amigo da escola e só', recorda.

“A Mariana era muito centrada, na medida da idade, adolescentes tem seus momentos, mas nunca dessa forma. Agora ele o histórico dele é completamente diferente. As amigas dela não gostavam dele, mas nunca me falaram nada. E a mãe dele me ligou, mas eu não quero falar com ela, não quero falar com ele, não quero”, conta numa dor que só as mães que veem seus filhos sendo enterrados entendem.

Apesar disso, ela ainda quer acreditar na justiça. “Sei que a justiça é lenta, mas estamos com advogado e eu quero que ele pague tudo que fez”, repete em tom de choro. “Eu tenho certeza que alguma coisa me dizia que ele não faria bem para minha filha, eu ficava de olho cuidando, para ver se eu via alguma coisa diferente, mas a minha filha não estava consciente naquele dia, e ele é o responsável por isso”.

Mariana deixou dois irmãos pequenos. Era primogênita, morreu aos 19 anos, atropelada pelo namorado, que dirigia o carro dela. Rafael também tem 19 anos. Ele contou na polícia que os dois estavam fazendo uma “brincadeira”. Ele foi preso em flagrante no por embriaguez ao volante. Estava bêbado, chorando ao lado do corpo da namorada. A tese inicial de feminicídio não foi aceita pela juíza de plantão. Rafael foi para casa, de tornezeleira, mas foi. Mariana foi enterrada em Amambai, cidade de origem da família.