Uma comissão do sindicato que representa os professores da rede municipal de Campo Grande já passou por mais de 10 escolas convocando os educadores a aderirem à greve que começa na próxima segunda-feira (2). As visitas continuam hoje e a expectativa da ACP (Sindicato Campo-grandense dos Profissionais da Educação Pública) é que dois mil docentes paralisem as atividades.

“Isso representa metade dos professores na ativa, mas esperamos que a adesão aumente ao longo da semana”, explicou o presidente da ACP, Lucílio Souza Nobre. Na última terça e quarta-feira (26 e 27) a categoria se reuniu com o prefeito Alcides Bernal (PP) para tentar um acordo. Nas ocasiões, o prefeito teria sinalizado uma proposta para a categoria que contemplasse a lei 5411/2014, conhecida como "Lei do Piso" para o magistério.

Porém, isso não aconteceu. Bernal encaminhou à Câmara Municipal uma proposta de reajuste linear de 2,79% para todos os servidores, reafirmando tratar-se do máximo permitido em ano eleitoral. O valor corresponde à inflação acumulada de janeiro a março. Em resposta, a categoria prepara uma campanha com o slogan “Quem não cumpre com a educação, merece um não!”, que ilustrará faixas, adesivos, camisetas, outdoors e vídeos.

O movimento começará na próxima segunda-feira (2) com uma passeata partindo da sede da ACP, na rua 15 de Novembro, até o Paço Municipal, para “tentar arrancar uma nova proposta de Bernal”. No dia seguinte (3), os professores em greve seguirão para a Câmara Municipal tentar sensibilizar os vereadores a rejeitarem a proposta de 2,79% encaminhada pelo Executivo para votação.

Ainda conforme Lucílio, o PL a ser votado na Câmara cita a Lei do Piso, sem explicar como ela será cumprida. Segundo ele, tal proposta seria definida em reunião com o Executivo na segunda quinzena de fevereiro de 2017, o que não aceitam. A greve foi decretada após assembleia da categoria, realizada na terça-feira (26) com 300 docentes, e cumpre o rito de 72h para iniciarem as paralisações.

Os professores reivindicam reajuste de 11,36%, além dos 13,01% referentes ao ano de 2015, com base na lei 5.411. Trata-se da segunda greve consecutiva na Capital, onde o ano letivo começou em 15 de fevereiro. No ano passado, os alunos enfrentaram 77 dias sem aulas. A Reme (Rede Municipal de Ensino) tem 95 mil alunos e cerca de 6 mil professores, incluindo os Ceinfs (Centros de Eduação Infantil).