Falta de UTI Neonatal obrigou a remoção da criança do Hospital Nossa Senhora Auxiliadora para a Capital.

Uma gêmea recém-nascida morreu no último sábado (13) após transporte de Três Lagoas a Campo Grande. A mãe de 23 anos chegou ao Hospital Nossa Senhora Auxiliadora com seis centímetros de dilatação e o parto foi feito de forma urgente, sem a estrutura de UTI Neonatal necessária.
Conforme o Perfil News, a mãe completava 30 semanas de gestação e devido à complexidade do caso, o ideal seria que o procedimento fosse realizado em uma UTI Neonatal. No entanto, o único hospital da região que oferece o serviço é o Cassems – que não atende SUS.
O parto foi realizado no Hospital Nossa Senhora Auxiliadora e devido a precariedade da saúde das meninas foi solicitada uma ambulância UTI do município para fazer a remoção à Campo Grande.
Defeitos - Em Água Clara, de acordo com o relato do médico que acompanhava a recém-nascida no transporte, o ventilador de transferência apresentou problema e a incubadora parou de aquecer.
O ar condicionado do veículo, que poderia ajudar a equilibrar a temperatura, também apresentou defeito, não conseguindo resfriar ou aquecer o ar no interior do veículo. A menina chegou com vida ao hospital na Capital, mas após 3h não resistiu e morreu na Santa Casa de Campo Grande.
A ambulância retornou a Três Lagoas e no período da tarde, a segunda bebê precisou da UTI neonatal. Foi solicitada a transferência, mas o médico que acompanhou a primeira criança desautorizou o transporte, relatando problemas técnicos na ambulância e na incubadora.
Mandado de Segurança - A família conseguiu um Mandado de Segurança exigindo que o município transferisse a criança ao Cassems, sob pena de multa de R$ 5 mil por hora de descumprimento da sentença.
Entretanto, antes que a sentença fosse publicada, o HNSA autorizou a transferência para Campo Grande, com a justificativa da situação da criança. Segundo o Hospital, a equipe de enfermagem fez o check-list de vistoria nos equipamentos e seu funcionamento e garantiu que o transporte da criança estaria seguro. Dessa forma, quando a liminar foi expedida, a criança já estava a caminho de Campo Grande. A criança chegou a tempo de receber o tratamento adequado na capital.
A Assessoria de Comunicação da Prefeitura de Três Lagoas esclareceu a situção por meio de nota, nesta segunda-feira (15) e informou que a Secretaria de Saúde não foi acionada para atender o caso,. Além disso, pontuou que a ambulância está equipada para atendimento de emergência e que o aparelho que apresentou defeito pertence ao hospital Auxiliadora.
Sobre a instalação de UTI Neonatal, o Hospital Nossa Senhora Auxiliadora afirmou que tem projetos para atender aos recém-nascidos de alto risco, mas faltam recursos para investimento.
"Atualmente, o projeto arquitetônico da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal/UTIN e seus componentes (Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Convencional/UCINCo, Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal Canguru/UCINCa e Banco de Leite Humano/BLH) deve ser executado ao lado da maternidade, que hoje está a Unidade Cirúrgica do Hospital Auxiliadora.
Portanto, além do próprio recurso da UTIN e seus componentes, seria necessário o recurso para um outro local de Unidade Cirúrgica, de maneira a comportar a quantidade de pacientes regulados para esta unidade cirúrgica, que hoje não dispomos", afirmou, em nota.
Dada a urgência da situação, a presidente do Conselho Municipal de Saúde, Vilma Portela, afirmou que chamará os conselheiros para uma reunião extraordinária para exigir que o convênio entre o Município e a Cassems seja firmado o mais breve possível para uso da UTI Neonatal.
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