Professores da rede estadual entram em greve hoje
Greve inicia hoje nas escolas estaduais.

Professores e funcionários administrativos da rede estadual de ensino em Mato Grosso do Sul entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje. No período da manhã os sindicatos locais de municípios se reúnem em assembleia para definir o rumo da paralisação. Nem todas as escolas vão dispensar os alunos e vão aguardar a trajetória do movimento para decidir se vão acompanhar a greve.

Em Dourados o Sindicato Municipal dos Trabalhadores em Educação (Simted) estima que pelo menos 50% das 26 escolas estaduais no município dispensem os alunos a partir de hoje.

O professor Marco Antônio Leal, da direção da entidade, acredita que, aos poucos, o movimento ganhe força para chegar adesão de 100% de greve. Hoje o Simted reúne os professores da rede estadual para discutir os rumos da greve e sobre uma paralisação que será realizada na sexta-feira, na praça Antônio João, com participação de várias classes sindicais.

A queda de braço entre os professores e o governo de Reinaldo Azambuja se dá principalmente sobre reajuste salarial. Os professores cobram o cumprimento do pagamento de 10,98% de uma porcentagem que falta para integralizar os 25,42% de reajuste dos professores, conforme assegura a Lei 4.464/2013, o pagamento de 1/3 da hora-atividade, estabe-lecido pela Lei complementar 165/2012 e um reajuste aos funcionários administrativos da educação. Também cobram o fim de novas medidas impostas pelo governo para a eleição de diretores.

Reinaldo lamenta a decisão de greve da categoria. À imprensa ele disse anteontem que “Mato Grosso do Sul é o único estado do Brasil que deu reajuste de 13,01% para todos os professores da Rede Estadual em 2015 e que eles ainda recebem o terceiro maior salário do País, mesmo diante de uma grave crise que assola os estados e a União, como queda de arrecadação e diminuição da atividade econômica”. Para o governador a greve seria uma espécie de “politização” e avalia que entidades sindicais e até partidos políticos estariam insuflando o movimento. A declaração de Reinaldo Azambuja refere-se que o Estado é o quinto do país governado pelo PSDB que enfrente greve dos professores. A paralisação já atinge São Paulo, Paraná, Pará e Goiás. Santa Catarina, Pernambuco e Sergipe também enfrentam greve, mas não são administrados pelo PSDB.

Em Mato Grosso do Sul, o problema começou quando o ex-governador André Puccinelli (PMDB) aprovou lei com efeito imediato de reajuste de perdas salariais aos professores assim que Reinaldo assumisse o governo. O tucano herdou ainda várias medidas adotadas pelo governo passado que só entraram em vigor neste ano de 2015. Outra questão diz respeito à Federação dos Trabalhadores em Educação (Fetems), onde o atual presidente, Roberto Botarelli, tem forte ligação ao PT, partido ao qual foi cogitado a fazer parte da chapa petista que disputou as eleições de governo do estado em 2014.

Por outro lado, os sindicatos dos professores de estados em greve informam que a categoria luta contra a política de arrocho de seus salários onde há governos de “direita” que não querem valorizar a educação e usam a crise como forma de não cumprir metas salariais.