Criminosos usavam laranjas para ocultar bens e valores.

PF faz operação contra o tráfico e drogas e lavagem de dinheiro em MS

A Polícia Federal deflagrou a Operação Spollium, cujo objetivo é desmantelar organização criminosa voltada à lavagem de dinheiro obtido com atividades de tráfico internacional de drogas na fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai. A partir de ordens judiciais expedidas pela 3ª Vara Federal de Campo Grande, estão sendo cumpridos três mandados de busca a apreensão e executados os sequestros de 39 imóveis, cujo valor está estimado em R$ 4 milhões.

As investigações demonstraram que pessoas físicas e jurídicas figuravam como “laranjas” para a movimentação de valores e a ocultação do patrimônio ilícito adquirido com o tráfico de drogas. O grupo criminoso investigado é vinculado ao traficante conhecido pela alcunha de “Galã”, condenado pela prática de diversos crimes, tais como tráfico de drogas, organização criminosa, receptação, posse e porte de arma de fogo, homicídios, uso de documento falso, dentre outros e que atualmente se encontra preso em Penitenciária Federal devido à operação da Polícia Federal. 

Através da análise dos materiais apreendidos em investigações anteriores, a Polícia Federal teve acesso a diversas planilhas de gastos e contabilidade referentes ao tráfico de entorpecentes, controle de veículos e imóveis registrados em nome de terceiros. Foi possível estabelecer clara conexão entre os bens que estão sendo apreendidos e sequestrados na Operação deflagrada hoje e a atividade criminosa.

O minucioso trabalho de análise realizado pela Polícia Federal levou à identificação dos 39 imóveis adquiridos com dinheiro proveniente do tráfico de drogas nas cidades de Ponta Porã, Santos/SP, Presidente Prudente/SP, dentre outras, os quais foram objeto de sequestro determinado pela 3ª Vara Federal da Capital. 

Além do sequestro dos bens imóveis, a Justiça Federal determinou, também, o bloqueio de valores nas contas bancárias dos investigados e o cumprimento dos três mandados de busca e apreensão em endereços vinculados ao grupo criminoso.

As ações reforçam a diretriz de atuação da Polícia Federal relativa a desestruturação das grandes organizações criminosas com a responsabilização penal de seus integrantes e a constrição dos recursos patrimoniais, garantindo que os bens e valores obtidos com as práticas ilícitas retornem ao Estado e à sociedade. 

Por suas condutas, os investigados poderão ser indiciados pela prática dos crimes de organização criminosa (art. 2º da Lei nº 12.850/2013) e lavagem de dinheiro (Lei 9.613/98), cujas penas somadas podem ultrapassar 18 anos de reclusão. O nome da Operação, “Spollium”, significa pilhagem em latim, sendo uma referência aos bens obtidos com atividades ilícitas pela organização criminosa.