Além de lidar com a dor do luto, o pedreiro precisou ter forças para recolher restos mortais da vítima.

Pai teve que recolher arcada dentária de filho morto em acidente na Ernesto Geisel
Edilson não conteve as lágrimas na entrevista. / Foto: André de Abreu/TopMídiaNews

O acidente que vitimou Gabriel de Souza Sanches, 23 anos, na noite da última sexta-feira (17) na Avenida Ernesto Geisel, em Campo Grande, ainda deixa marcas profundas no pai do rapaz, Edilson Duarte Sanches, 57 anos, e na mãe Cristina de Souza Sanches, 52 anos.

Além de lidar com a dor do luto, o pedreiro precisou ter forças para recolher a arcada dentária do filho, que ficou jogada no local do acidente.

Na manhã do sábado (18), horas após a morte, Edilson contou que esteve no local e notou que a rua estava suja e nem sequer haviam limpado as manchas de sangue, ou recolhido os materiais usados pela perícia.

"A gente ficou chateado, triste, porque não vamos ter nosso filho de volta, ele já se foi. Eu vim aqui [Ernesto Geisel] no sábado, passei e estava bastante sujo esse local. Ontem eu vim aqui, filmei, estava todo sujo, a sujeira continuava aqui ainda e agora chegamos aqui está tudo limpo".

A fala emocionada para o TopMídiaNews veio com uma indignação profunda por saber que não conseguiram recolher todos os itens, assim como a arcada dentária de Gabriel.

"O que me deixou indignado mesmo foi encontrar restos do meu filho aqui nesse lugar. Eu peguei, juntei e coloquei em uma sacola. Eu vi os dentes do meu filho ali. Eu fiquei indignado com isso porque eu acho que nem com animal a gente faz isso"., esbravejou.

Edilson ainda disse que "ficou muito triste" e aquela cena o deixou muito mal nos dias seguintes após a morte do seu filho.