O caso mais recente registrado foi um estabelecimento na Avenida Guaicurus, no Bairro Universitário, região sul.

Mulheres no caixa fazem ladrões "pegarem gosto" por farmácias
Perito verifica câmeras de segurança de farmácia invadida no ano passado na Rua Zulmira Borba, no Bairro Nova Lima. / Foto: Henrique Kawaminami

Farmácias viraram alvos constantes de roubos, agora registrados quase que diariamente em Campo Grande. Atendentes mulheres e valores em dinheiro vivo, segundo a polícia, são atrativos para os criminosos que apostam na mínima de resistência das vítimas.

Conforme o delegado Reginaldo Salomão, da Derf (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos), a maioria da farmácias tem como atendentes mulheres, o que diminui a possibilidade de resistência, mesmo quando o roubo ocorre com arma branca.

Para combater a ação dos criminosos, de acordo com Reginaldo Salomão, a Polícia Civil e a Militar vem redobrando a atenção a este tipo de crime com rondas de equipes à paisana e informação por meio de grupos de WhatsApp para intervenção rápida.

Grande parte das drogarias conta com câmeras de segurança, mesmo assim o equipamento não inibe a ação dos criminosos. Um dos casos mais recentes de roubo a farmácias aconteceu na Avenida Guaicurus, no Bairro Universitário, na noite da última terça-feira (3) quando dois bandidos identificados como Neilson dos Santos da Silva e Vanderson Guilherme de Souza Carvalho invadiram o estabelecimento e renderam as funcionárias, uma atendente de 24 anos e a farmacêutica de 31 anos.

Os bandidos foram presos em flagrante por um policial de folga que passava pelo local. Na abordagem, o PM chegou a disparar contra um dos ladrões armado com revólver calibre 22. O tiro acertou uma das gôndolas do comércio.

À policia, os criminosos contaram que há dias haviam planejado o roubo. Eles chegaram a pé e pretendiam fugir na motocicleta Honda Biz de uma das funcionárias, que sempre ficava estacionada em frente ao local. Com os dois foram apreendidos uma quantia em dinheiro que havia acabado de ser roubada e dois celulares, um deles da farmácia. Eles foram presos e vão responder por roubo majorado e porte ilegal de arma de fogo.

Em entrevista ao Campo Grande News no mês passado, o presidente do Sinprofar (Sindicato do Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos), Roberto Rosa, reclamou dos crimes ocorridos com frequência nos estabelecimentos. "Estamos de mãos atadas", lamentou. Na ocasião, quatro farmácias haviam sido alvos de bandidos em menos de uma semana.

Dados - Não há estimativa de quantos estabelecimentos amargaram prejuízo com a criminalidade. O número de roubos em geral divulgado pela Sejusp (Secretaria do Estado de Justiça e Segurança Pública) mostra que houve queda em relação ao ano passado. Segundo o órgão, de janeiro até agora foram registrados 777 casos, somente em Campo Grande. Em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram 880 registros, houve queda de 13%. Em 2019, foram 4.785 crimes da mesma natureza.