Corpo de mulher de aproximadamente 30 anos, que vivia em situação de rua, foi localizado em uma ribanceira no Córrego dos Bugres.

Mulher encontrada morta em Maracaju já havia recusado tratamento e ajuda social várias vezes
Corpo de mulher de aproximadamente 30 anos, que vivia em situação de rua, foi localizado em uma ribanceira no Córrego dos Bugres. / Foto: Robertinho/MaracajuSpeed

Vítima era conhecida por equipes de assistência e recusou apoio em múltiplas ocasiões.

O corpo de uma mulher de aproximadamente 30 anos foi encontrado na tarde desta sexta-feira (31), em Maracaju. A vítima, que vivia em situação de rua, estava caída em uma ribanceira às margens do Córrego dos Bugres, em uma área próxima à Rua Aurora, no bairro Vila do Ovídio. O caso expõe a trágica realidade de pessoas em extrema vulnerabilidade social, mesmo diante de repetidas ofertas de ajuda.

A Polícia Militar foi acionada por volta das 17h59min, após um morador avistar o corpo e ligar para o 190. No local, os policiais confirmaram a denúncia e isolaram a área. O Corpo de Bombeiros também foi chamado e constatou que a mulher já não apresentava sinais vitais e exibia rigidez cadavérica, indicando que a morte havia ocorrido horas antes. Moradores relataram ter visto o corpo por volta das 15h, mas não souberam como agir.

A Polícia Civil e a Perícia Técnica Científica de Dourados foram acionadas para realizar os levantamentos iniciais. Após os trabalhos periciais, o corpo foi removido por uma equipe funerária e encaminhado para os procedimentos legais que irão determinar a causa da morte.

Histórico de Vulnerabilidade e Recusa de Ajuda
Informações levantadas no local revelaram um doloroso histórico de luta contra o vício e a vulnerabilidade. A mulher era conhecida das equipes de assistência social do município por viver nas ruas e fazer uso de entorpecentes. Ela frequentava as ruínas da antiga Estação Ferroviária, local que concentra pessoas em situação de rua e usuários de drogas.

Segundo registros, a Secretaria Municipal de Assistência Social já havia oferecido tratamento em uma clínica de reabilitação, mas o acompanhamento foi interrompido pela própria vítima em 2023.

Neste ano, a mulher foi abordada quatro vezes pelas equipes da Operação Estação Final, uma iniciativa multidisciplinar que busca oferecer acolhimento e reinserção social. Em todas as oportunidades, foram oferecidos tratamento no CAPS (Centro de Atenção Psicossocial) e acompanhamento psicossocial, mas ela recusou o apoio.

Operação Estação Final: Uma Tentativa de Resgate Social
A Operação Estação Final é uma ação integrada entre a Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Prefeitura, Secretaria de Assistência Social, CAPS, Conselho Tutelar e igrejas locais. O objetivo é reduzir a criminalidade no entorno da antiga estação ferroviária e, ao mesmo tempo, promover o acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade. Segundo a PM, a operação tem apresentado resultados positivos na diminuição de ocorrências e no fortalecimento das políticas públicas de amparo social.

O caso foi registrado na Delegacia de Polícia Civil de Maracaju, que agora investigará as circunstâncias da morte.