Família quer afastamento definitivo do profissional; sindicância foi aberta para investigar o caso.

Médico que deixou grávida em sofrimento e bebê morreu é afastado
Jovem mãe ao lado do caixão do filho. / Foto: Arquivo pessoal

Evani Perin, 50 anos, avó do bebê que morreu na última semana, após parto no Hospital Municipal Hospital Oscar Ramires, em Porto Murtinho, respira um pouco aliviada após a notícia do afastamento do profissional que teria agido de forma negligente. 

“Estamos felizes por um lado, mas por outro triste, ainda é difícil de acreditar que esse médico fez isso. Esse afastamento, ele pode voltar ainda, mas nós confiamos na justiça da terra e também na justiça de Deus. Vamos aguardar. Não vamos deixar impune, queremos que ele perca o registro”, destaca.

“Nada vai trazer meu Gabriel de volta”, destaca, citando que a família quer justiça. 

Em contato com o diretor do hospital, Vilson Campo, na manhã desta quinta-feira (17), ele confirmou o afastamento do profissional. 

Além disso, ele destacou que todas as providências serão tomadas e a sindicância já foi aberta. 

O diretor destaca que esses casos podem demorar para serem solucionados, pois, dependem de uma ampla investigação. 

“Querem uma posição rápida, mas não se levanta uma situação dessa do dia para noite. Tem muita água para rolar”, pontou. 

Ele disse que o médico contou ter mais de 40 anos de experiência e ter realizado mais de 11 mil partos.

“Tudo vai ser avaliado, ele tem o direito de defesa”. 

RELEMBRE  O CASO
Quem conta a história é a avó do bebê, Evani Perin, 50 anos.

Segundo ela, o filho e a nora dela, de 24 anos, teriam dado entrada na unidade hospitalar na última quinta-feira (10). 

“Minha nora entrou 12h para ter o bebê na quinta-feira, quando o médico foi lá, olhou ela e fez o toque, ela estava com dilatação de 1 centímetro, induziu o parto e saiu da sala, ele nem ia ver ela, só as enfermeiras, foi passando o dia, quando chegou sexta-feira, olhou no meu filho e minha nora e riu, e disse: ‘vocês estão aqui ainda’, pegou, saiu do plantão dele e foi embora”, disse em lágrimas, na manhã do domingo (13), após enterrar o pequeno.

“Quando foi 14h na sexta-feira, entrou no plantão outro médico, ele olhou nela e falou ‘não, você tem que fazer a cesárea agora’. Ele avisou que 16h faria o parto, mandou enfermeiros para sala de cirurgia, tirou o bebê, mas ele já nasceu sem vida, ele reanimou o bebê, tiraram meu filho para fora, e o bebê conseguiu reviver, colocaram na incubadora, esse segundo médico fez de tudo para salvar o bebê, mas ontem 10h da manhã, a glicemia do bebê estava baixa, ai eles falaram para tirar da incubadora e dar o leite materno, mas quando tirou, ele já não aguentava abrir a boquinha e deu parada cardíaca”, seguiu desabafando Evani. 

Segundo neto de Evani, o bebê foi muito esperado e já era muito amado por todos. 

“Ele era perfeito, o que estamos revoltados é que eles não entregaram prontuário. Minha nora o pegou no colo já sem vida, nem deu mama”, revelou a avó. 

A revolta da família é devida as condições dadas ao pequeno. Evani destaca que no hospital não há incubadoras e nem equipamentos corretos. 

A família destaca e pontua que a jovem não teve nenhum problema durante a gestação.