Aldenir Barbosa do Nascimento, o Guga (PSDB), pode ficar inelegível por oito anos

Juiz nega recurso e complica vida de prefeito em MS condenado por improbidade
Aldenir Barbosa do Nascimento, o Guga (PSDB), pode ficar inelegível por oito anos / Foto: Guga (PSDB) recorre de condenação por improbidade administrativa. (Divulgação / Detalhe HRMS - Arquivo Jornal Midiamax)

Condenado por improbidade administrativa por desvios de R$ 1,2 milhão do HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), o prefeito de Novo Horizonte do Sul, Aldenir Barbosa do Nascimento, o Guga (PSDB), teve recurso negado pela Justiça.

O prefeito atuou como diretor financeiro do hospital e foi condenado em 1º grau a pagar multas que somam R$ 351.439,73, além da perda da função pública. O processo é movido pelo Ministério Público, o qual aponta articulação dele, que teria se aproveitado da influência do cargo que ocupava para simular compra de insumos que nunca chegaram ao hospital.

Para o advogado que representa Guga, a sentença desconsiderou trechos ‘favoráveis’ aos réus: “Ou seja, a fundamentação se vale da fala da testemunha para reforçar conclusões indiciárias e circunstanciais, mas, paradoxalmente, desconsidera essa mesma fala quando ela sugere hipótese favorável aos réus — a substituição dos materiais”, diz trecho do recurso.

Assim, o prefeito alega que o depoimento da testemunha deve ser desconsiderado pela Justiça.

No entanto, o juiz Ariovaldo Nantes Corrêa pontuou que as afirmações da testemunha foram acompanhadas por ‘outros elementos de prova’. Ainda, que trata-se de inconformismo do prefeito, já que não há contradições.

Por fim, o magistrado negou reformar a decisão.

Ainda cabe recurso da condenação.

Prefeito do PSDB e ex-diretor do HRMS são condenados por rombo de R$ 1,2 milhão
Grupo simulava compra de medicamentos
Estoque no HRMS. (Reprodução, MPMS)
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Conforme a denúncia do MPMS, o ex-diretor de logística, Rehder Batista dos Santos, juntamente do ex-diretor administrativo e financeiro do hospital na época, Aldenir, praticaram os desvios com empresários.

Ao menos quatro denúncias contra Rehder e Aldenir tramitam no TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) por suspeita de desvios do HRMS. Os valores ultrapassam os R$ 20 milhões desviados no período de 4 anos.

As ações do MPMS indicam que os dois, então servidores da Funsau (Fundação Serviços de Saúde), atuavam com mais servidores e também com empresários, donos de lojas de venda de medicamentos.

Desta forma, o grupo simulava a compra de vários tipos de medicamentos e, ainda, materiais hospitalares, mas esses produtos nunca chegavam. Mesmo assim, inseriam os dados falsos no sistema, como se os produtos dessem entrada e também saída.

Acontece que esses produtos nunca chegaram ao hospital, mas as empresas receberam pagamentos. Essas, por sua vez, emitiam notas falsas e depois dividiam os valores com os servidores.

Em uma das ações apresentadas pelo MPMS, conversas entre Rehder e um empresário, que chegou a ser detido em flagrante na Operação Parasita, são expostas. Em trechos, é possível ver o empresário negociando a entrega de um Prisma para o servidor.