A suspeita de que oito pessoas morreram no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, em uma semana, devido a um surto de pneumonia foi descartada pelo diretor-presidente da Funsau (Fundação Serviços de Saúde de Mato Grosso do Sul) Justiniano Barbosa Vavas. Segundo ele, os pacientes apresentaram a doença, mas a mesma se desenvolveu devido ao estado grave dos pacientes.

Segundo Vavas, que também é diretor do HR, a pneumonia não foi a causa da morte dos pacientes, já que todos, com exceção de um, eram idosos e tinham doenças concomitantes muito sérias. Estas sim teriam causado a morte dos pacientes. “Pacientes todos com doenças concomitantes muito sérias. Diabetes, hipertensos, câncer... É quase que natural que evolua para a pneumonia“, justifica.

Em relação à coincidência de que todos os pacientes apresentaram quadro de pneumonia, antes de morrerem, ele explica que além das comorbidades, nesta época do ano é comum que os pacientes desenvolvam doenças respiratórias.

O gestor explica que o primeiro paciente tinha diabete, hipertensão e depois foi descoberto um câncer gástrico, as doenças juntas levaram a uma suscetibilidade para a “pneumonia ou qualquer outra forma de infecção”.

O segundo paciente tinha efizema grave, e devido a esta doença, a pneumonia se desenvolveu. Ainda segundo ele, o período de inverno fez com a doença se agravasse ainda mais. “Vítima da sazonalidade”, afirma.

Já o terceiro paciente tinha 89 anos e estava há 18 dias internado. Ele teria precisado fazer uma fazer cirurgia de urgência, e por diabético e hipertenso, o caso se agravou.

A quarta paciente, segundo ele, teve uma pneumonia hospitalar. Porém, era paciente com Alzheimer e já estava acamada. “Estava há 37 dias internada, e eventualmente, algumas doenças evoluem para uma pneumonia”, justifica.

O quinto paciente tinha pancreatite, diabetes e problema de coração. A pneumonia seria apenas mais uma doença no quadro de comorbidades.

O sexto paciente era um dpoc (bronquite crônica ou enfisema) exacerbado, e hospital, ainda não tem certeza de que tenha falecido por pneumonia. “Não achamos que seja pneumonia e chegaram à conclusão de um câncer de pulmão”, diz.

Já o ultimo paciente que faleceu no hospital, com a suspeita de pneumonia, chegou com torção e perfuração no intestino. E por isso, foi acamado pela doença.

Vavas ainda pontua que está ocorrendo diversos casos de h1n1 e que o hospital poderá enfrentar outros casos respiratórios. “Doenças respiratórias vão acontecer com mais frequência. Além disso, enfrentamos a superlotação, pois somos um hospital de alta complexidade, que é referência, o que vem para cá são os casos graves, não vem caso simples”, pondera.

E finaliza dizendo que apesar das mortes não há risco de surto, como foi aventado. “Todos os cuidados de higiene foram tomados, os profissionais tomaram todo o cuidado entre o atendimento de um paciente e de outro. Não existe bactéria voadora, o vetor é o ser humano e esse risco não existe”, diz.