Mãe desconfiou da gravidez e pediu ajuda da madrinha para descobrir verdade; acusado de 27 anos já foi condenado por tráfico.

Grávida, adolescente de 14 anos denuncia estupro cinco meses após crime

A Polícia Civil investiga o estupro de uma estudante de 14 anos em Porto Murtinho, cidade localizada a 431 km de Campo Grande, na fronteira com o Paraguai. Segundo a denúncia registrada no dia 16 deste mês na delegacia local, o crime ocorreu em agosto do ano passado, mas só agora a vítima contou para a família. A adolescente ficou grávida do estuprador e está no quinto mês de gestação.

O acusado é um homem de 27 anos, que teria conhecido a adolescente em um projeto de dança da cidade. Ele era instrutor de dança e a menina frequentava o curso. Réu em três processos na Justiça estadual, o homem foi condenado a três anos e dois meses de prisão por tráfico de drogas, em setembro de 2015. O caso está em grau de recurso.

Ao Campo Grande News, a mãe da adolescente disse hoje (27) que a filha começou a frequentar as aulas de dança com a irmã, de 18 anos. Na manhã de 13 de agosto do ano passado, o instrutor insistiu para que a menina fosse até a casa dele, para tomar tereré. No local, conforme o boletim de ocorrência, o homem levou a adolescente para o quarto e a estuprou.

“Eles estavam tomando tereré quando ele pediu pra ela entrar na casa para pegar mais água. Começou a apertá-la, falando ‘vamos’. Ela disse não e não, mas ele apertou a boca dela e o pescoço e disse que se ela gritasse bateria nela”, afirmou a mãe da menina.

“Quando ele terminou, ela vestiu a calça e esqueceu até de vestir a calcinha e o casaco. Pegou a bicicleta dela chorando. Ele falou pra ela ‘foi bom né, fala que você gostou. Não foi tão ruim’”, conta a mãe da vítima.

A mulher relata que em seguida a filha começou a ter dores e febre. Dias depois, a menina foi levada ao hospital local, onde o médico disse que poderia ser virose e receitou injeção e medicamentos. “Ele pediu exames, mas como o meu dia é muito corrido, esqueci de levar o pedido para marcar os exames”.

Segundo ela, meses depois a família começou a notar mudanças no corpo da menina. “Ela dizia que estava gorda, pensei em tudo, mas ela não me contava”.

A mãe afirma que a filha só contou o estupro para a madrinha. “Ela chorou e começou a contar. Disse que ele ameaçou me matar se ela contasse para alguém”, afirmou a mulher à reportagem.

Ela relata que inicialmente acionou o Conselho Tutelar. “Eles vieram e nos levaram para fazer o atendimento. Ela passou pelo psicólogo e depois fomos ao hospital para fazer o exame de sangue que constatou a gravidez. Depois fizemos a denúncia à polícia”, contou.

Segundo a moradora, em conversas através do aplicativo WhatsApp, um amigo do acusado teria relatado outra denúncia de estupro contra o instrutor de dança, também tendo como vítima uma menina de 14 anos. “Tudo que eu preciso para meu coração de mãe descansar é ver ele pagar o que fez com uma criança”, afirmou ela.