A esposa do baleado espera que Valdinei cumpra a pena necessária; acusado se entregou para a polícia.
Ângela Rosane Cordeiro de Souza, 31 anos, esposa de Paulo Sérgio de Oliveira Santos, 28 anos, clama por justiça. Seu companheiro ficou tetraplégico com um disparo causado por Valdinei de Lima Ferreira, 30 anos.
O acusado também é responsável por matar um colega de curso de Paulo durante uma confraternização. A vítima fatal era André de Freitas Santos, de 27 anos, e o tiroteio aconteceu em uma conveniência no Paulo Coelho Machado, em Campo Grande.
A esposa do baleado espera que Valdinei cumpra a pena necessária e não fique temporariamente na prisão, como foi determinado pela Justiça. Ele se apresentou nesta quarta-feira (22), na 5° Delegacia de Polícia Civil, e se mostrou arrependido do crime.
"Que justiça seja feita e que ele fique lá dentro [presídio], que ele não fique temporariamente, que não fique 30 dias, que fique muito mais e já poderia estar lá", disparou Ângela.
A mulher reforçou a versão de que o atirador passou em um primeiro instante na conveniência e retornou para o local armado, dizendo que não teria tomado a decisão por engano. "Porque não tem como ser um engano. Ele já foi na certeza de quem iria pegar".
Atualmente internado na Santa Casa, Paulo pode precisar passar por uma nova cirurgia, mas tudo isso dependerá de uma avaliação médica com a retira dos drenos.
"Se ele não estiver muito bem, ele vai ter que passar por uma nova cirurgia no tórax. Mas se der tudo certo dele tirar o dreno e tiver tudo certo, ele recebe alta nessa semana se Deus quiser".
Sobre o diagnóstico de ter ficado paraplégico, Ângela se mostra confiante de que ele possa se movimentar ainda e não quer que o marido fique deitado em uma cama para sempre.
"A gente torce que ele movimente, fique bem. Nós não queremos que ele fique numa cama. Por enquanto, agora, nesse momento, ele vai ficar, mas acredito que seja temporário".
A esposa ainda contou que Paulo não sabe que André de Freitas faleceu após ser baleado na confraternização.
Entrega e arrependimento
Valdinei de Lima Ferreira se entregou para a polícia na manhã desta quarta-feira. A arma usada no crime também foi entregue e deve ser periciada durante as investigações.
O advogado de defesa do acusado, Allan Patrick D'elia de Moura, explicou que antes do assassinato houve uma discussão envolvendo as três partes: Valdinei, esposa e André.
"Ele já mostrou arrependimento". Allan alega que Valdinei esteve na conveniência para buscar a esposa, que estava na confraternização do fim do curso de eletricista, quando André discutiu e pediu para que o acusado fosse embora.
Nesse momento, o autor dos disparos teria ficado nervoso e prometeu voltar para o estabelecimento para dar umas "capacetadas".
Quando retornou para a conveniência, já armado, Valdinei pediu novamente para a esposa ir com ele, quando a vítima fatal levantou novamente para falar com ele, mas dessa vez o acusado reagiu atirando contra André.
Sobre a motivação, o advogado destacou que "na realidade, um pouco de ciúmes, um pouco de briga, discussão, não tem uma coisa só. Foi no ato da emoção".
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