O governo brasileiro concluiu as obras da Rota Amazônica, um novo corredor logístico e fluvial que conecta Manaus aos portos do Oceano Pacífico, passando por Peru, Colômbia e Equador.

Brasil inaugura novas rotas para a maior floresta do mundo
/ Foto: Pixabay

 O anúncio foi feito pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, durante entrevista exclusiva à CNN, nesta quarta-feira (5), em meio à realização da COP30.

A Rota Amazônica é considerada o projeto mais sustentável do plano de integração do governo federal, pois utiliza integralmente o transporte fluvial em território brasileiro. A ligação parte de Manaus, segue pelo Rio Solimões até Santo Antônio do Içá, e a partir daí se divide em dois trechos: um rumo à Colômbia, pelo Rio Putumayo até Puerto Asis, com acesso rodoviário ao Porto de Tumaco; e outro em direção ao Peru, passando por Iquitos e se ramificando em três destinos Manta (Equador), Paita e Chancay (Peru).

As obras foram iniciadas em 2023 e concluídas agora, em novembro de 2025, com a finalização da dragagem do Alto Solimões, etapa essencial para garantir a navegabilidade do rio e o funcionamento contínuo da rota.

“Mesmo ainda não inaugurada, essa rota já está funcionando. Ela é a mais sustentável do plano de integração porque é toda fluvial”, afirmou Tebet.

Economia verde e integração internacional
Com o novo eixo logístico, o governo espera ampliar as exportações da Zona Franca de Manaus e escoar produtos da bioeconomia amazônica, como açaí, borracha, castanha e pescado, reduzindo custos e impactos ambientais. A rota também abre oportunidades para exportações de produtos industrializados e importações com menor custo logístico, especialmente com países da América Latina e da Ásia.

“Para garantir a floresta em pé, é preciso gerar renda para quem vive nela. Essa rota tem um único objetivo: cortar caminho e criar oportunidades”, destacou a ministra.

No primeiro semestre de 2025, o volume de exportações por Tabatinga, na tríplice fronteira entre Brasil, Colômbia e Peru, superou o total dos sete anos anteriores somados, mesmo antes da conclusão das principais intervenções.

Turismo e preservação caminham juntos
Além do impacto econômico, o governo aposta na integração sustentável da Amazônia com o restante do mundo. A nova rota também deverá impulsionar o turismo ecológico e o intercâmbio cultural, com embarcações de baixa emissão de carbono navegando pelos rios amazônicos.

Para Simone Tebet, a conclusão da Rota Amazônica representa “o início de uma nova etapa de desenvolvimento sustentável”, em que a preservação da floresta e o progresso econômico passam a navegar na mesma direção.