Após reclamação de taxistas, prefeitura da Capital do Pantanal fechou o cerco ao transporte ilegal.

O transporte clandestino de passageiros procedentes da Bolívia para Corumbá, que já gerou conflitos na fronteira, reduziu o movimento dos taxistas brasileiros a 20%.
E vem exigindo controle rigoroso da Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetrat), que montou uma barreira no antigo posto do pedágio, em frente à Polícia Rodoviária Federal, na BR-262.
Em acordo bilateral, taxistas do Brasil e da Bolívia não têm autorização para atravessar a fronteira e explorar o serviço de transporte de pessoas no país vizinho.
No entanto, os bolivianos burlam a fiscalização e fazem baldeações em seus veículos tipo perua (hatchback alongado), que permitem lotação de até oito pessoas, pegando passageiros em pleno centro de Corumbá.
Nas últimas semanas, os táxis piratas do lado boliviano (cidades de Puerto Suárez e Puerto Aguirre) monopolizaram o serviço na fronteira, deixando os taxistas de Corumbá sem trabalho.
Pelo acordo, o passageiro procedente da Bolívia ou de Corumbá deve desembarcar na fronteira e pegar um táxi do país para o qual está em deslocamento.
Na maior cara dura
“Os bolivianos estavam operando na nossa jurisdição, na maior cara dura, e nossas corridas reduziram de seis, em média, para apenas uma por dia', reclama Joemir Duarte, o Jota, presidente do sindicato da categoria.
“A situação fugiu do controle e apelamos para a Agetrat. Conseguimos retomar nossas corridas em 90%', completou.
Jota disse que a invasão boliviana deixou os 90 taxistas corumbaenses em desespero, pois não conseguiam trabalhar e as contas estavam aumentando.
“Quem paga prestação de carro, como eu, estava ficando endividado, enquanto a gente assistia o boliviano oferecendo baldeação para a fronteira do lado do nosso ponto', contou.
Os taxistas clandestinos cobram tarifas bem abaixo da tabela fixada para a categoria em Corumbá, alguns aceitam o valor do preço do ônibus que faz a linha Centro-Fronteira no retorno a seu país.
O preço da corrida nesse itinerário, segundo o presidente do sindicato, é fixado em R$ 50 e, muitas vezes, o boliviano explora o passageiro, cobrando o triplo.
Bloquear a fronteira
A fiscalização diuturna no antigo posto de pedágio, a um quilômetro da fronteira, está dando resultado, segundo o diretor da Agetrat, Paulo André Araújo.
Mesmo com o bloqueio, os clandestinos continuam agindo e são apreendidos até cinco veículos por dia, com o infrator sendo multado em R$ 1.000, dobrando o valor para o reincidente.
“Quando o boliviano é abordado, ele diz que os passageiros são parentes, é tudo combinado.
Mas, durante a acareação, a mentira vem à tona e o veículo é impedido de prosseguir e apreendido', disse o diretor.
Segundo ele, o aumento do transporte clandestino se deve à crise do lado boliviano, com o desemprego, apesar do baixo preço do combustível em relação ao Brasil.
Recentemente, com a ação padrão realizada na rodovia, políticos bolivianos estiveram de surpresa em Corumbá e defenderam os taxistas do seu país, durante reunião na Câmara Municipal, apesar da explícita ilegalidade do serviço.
Chegaram a ameaçar bloquear a fronteira em protesto. Mas o diretor da Agetrat garante que a barreira de fiscalização vai continuar.
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