O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, classificou como “passos importantes” os avanços obtidos após uma cúpula realizada em Genebra, no domingo, entre delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia.
Apesar disso, ele advertiu que “ainda é preciso mais” para alcançar o fim da guerra iniciada com a invasão russa há quase quatro anos. Em uma participação virtual em uma conferência realizada na Suécia nesta segunda-feira, o presidente destacou a coordenação com os Estados Unidos para manter “pontos extremamente delicados na mesa”, como a libertação de prisioneiros ucranianos, a repatriação de crianças levadas para a Rússia e a proteção da integridade territorial do país.
Durante o discurso, Zelensky reforçou a necessidade de manter o apoio internacional, especialmente dos Estados Unidos e de países europeus. Ele afirmou que “continuaremos explicando o perigo de fingir que a agressão é algo que pode simplesmente ser ignorado” e defendeu que fronteiras não podem ser alteradas pela força, que crimes de guerra não devem ficar impunes e que o agressor deve pagar integralmente pelos danos causados. O presidente também destacou a importância das decisões sobre os ativos russos e agradeceu a presença de cerca de 70 delegações parlamentares no encontro.
Um comunicado conjunto divulgado pela Casa Branca e pelo governo ucraniano após as conversas de domingo afirmou que as duas partes “desenvolveram um marco de paz atualizado e aprimorado”, reiterando que qualquer acordo futuro deve respeitar plenamente a soberania da Ucrânia. O texto ressalta que o diálogo foi “construtivo, focado e respeitoso”, com “avanços significativos na harmonização de posições e na identificação de próximos passos claros”. A delegação ucraniana também expressou “gratidão pelo firme compromisso dos Estados Unidos e, pessoalmente, do presidente Donald J. Trump, por seus esforços para pôr fim à guerra e à perda de vidas”.
Segundo o comunicado, a aprovação final da rota para a paz dependerá dos presidentes dos dois países. Ambos os governos afirmam estar comprometidos a “trabalhar intensamente em propostas conjuntas nos próximos dias” e a manter coordenação estreita com os parceiros europeus ao longo do processo.
O plano de paz apoiado por Washington tem recebido críticas de especialistas, que o consideram excessivamente alinhado às demandas da Rússia, especialmente no que diz respeito à redução das forças armadas ucranianas, à cessão de territórios e à renúncia permanente de Kiev a solicitar entrada na OTAN. Além disso, o presidente Trump vinculou o pacote a um ultimato que expira na quinta-feira.
Durante o encontro em Genebra, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, criticou a liderança ucraniana por aquilo que chamou de “total falta de gratidão” em relação aos Estados Unidos. Em postagem na rede Truth Social, Trump afirmou que “a liderança da Ucrânia demonstrou zero gratidão pelos nossos esforços”, usando letras maiúsculas na mensagem. O presidente também criticou a Europa por continuar comprando petróleo russo, enquanto os Estados Unidos vendem “grandes quantidades de dólares em armas à OTAN para distribuição à Ucrânia”. Trump declarou que herdou “uma guerra que nunca deveria ter acontecido”, responsabilizou o ex-presidente Joe Biden por “entregar ajuda militar” à Ucrânia e afirmou que a invasão russa não teria ocorrido se ele ainda estivesse no cargo.
Ao final das negociações, o secretário de Estado, Marco Rubio, afirmou que ainda existem pontos pendentes no plano, mas destacou que “nenhum é intransponível” e disse estar confiante em um acordo.











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