Durante entrevista coletiva, a titular da Sudeco, a ex-deputada federal Rose Modesto, anunciou que estará no palanque da campanha de reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB) no pleito de 2026.

Rose abre mão da majoritária em 2026,mas quer prefeitura da Capital em 2024
A superintendente de Desenvolvimento da Sudeco, Rose Modesto, durante discurso no Mercadão. / Foto: Marcelo Victor

As articulações em Mato Grosso do Sul de olho nas eleições de 2024 e de 2026 estão aceleradas, e o evento de lançamento da Caravana da Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste (Sudeco), realizado ontem no Mercadão Municipal de Campo Grande, serviu para que as peças do tabuleiro político do União Brasil e do PSDB fossem movimentadas.

Durante entrevista coletiva, a titular da Sudeco, a ex-deputada federal Rose Modesto, presidente estadual do União Brasil em Mato Grosso do Sul, anunciou que estará no palanque da campanha de reeleição do governador Eduardo Riedel (PSDB) no pleito de 2026.

“Em 2026, certamente caminharemos juntos. Temos de pensar para frente, esquecendo disputas políticas. A disputa política ficou no ano passado. Agora, temos de unir forças por Mato Grosso do Sul”, declarou a superintendente de Desenvolvimento do Centro-Oeste, ao lado do governador.

Questionada pelo Correio do Estado se o apoio à reeleição de Eduardo Riedel em 2026 seria um indicativo de que o União Brasil também vai caminhar com o PSDB nas eleições municipais do próximo ano, principalmente em Campo Grande, onde tanto ela quanto o deputado federal tucano Beto Pereira já são pré-candidatos à prefeitura da Capital, a líder partidária refutou a possibilidade.

“Estou declarando apoio à reeleição de Riedel em 2026 porque não tenho pretensão de disputar mais o cargo de governadora, como fiz em 2022. Por afirmar que não serei candidata a governadora em 2026, vou caminhar com o governador”, afirmou.

Sobre 2024, Rose Modesto disse que está mantida a sua pré-candidatura a prefeita de Campo Grande pelo União Brasil, e que no início do próximo ano sentará com as lideranças do partido na Capital e no interior para definir essa questão. 

“Vamos analisar os números das pesquisas de intenções de voto para saber se o eleitorado campo-grandense pretende votar em mim. Se o cenário for positivo, acredito que em março devemos anunciar oficialmente nossa decisão de participar de mais uma eleição. Se os números foram desfavoráveis, vamos recuar e analisar possíveis alianças”, detalhou.

ALIANÇA
Há alguns dias, um dos “padrinhos” de Rose Modesto para assumir o comando da Sudeco, o deputado federal Vander Loubet (PT-MS), que é o atual coordenador da bancada federal de Mato Grosso do Sul no Congresso Nacional, disse ao Correio do Estado que sempre teve “uma ótima relação com ela e acredita que a Rose é um excelente nome para muitas eleições que virão pela frente”.

Ele completou que, depois da desistência do deputado estadual Zeca do PT de disputar a Prefeitura de Campo Grande, o nome da titular da Sudeco seria a opção ideal para liderar uma frente ampla do centro democrático, puxada pelo partido dela, o União Brasil. 

Até mesmo setores da esquerda, ligados ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), veem em Rose Modesto um bom nome para a prefeitura da Capital e para construir uma boa base de apoio para as eleições de 2026.

A explicação, segundo um desses interlocutores, é plausível: ela é evangélica e nutre a simpatia desse segmento, é mulher e tem boa aceitação em segmentos populares, inclusive naqueles que mesclam tendências conservadoras para o comportamento, mas progressistas para políticas sociais.

Ela é um dos poucos nomes capazes de agregar uma frente ampla de partidos, unindo siglas da esquerda, como PT, Psol, PDT e PSB, a legendas mais de centro-direita, como MDB e Podemos, de seu irmão, o deputado estadual Rinaldo Modesto. 

Quando questionada sobre essa possibilidade, Rose Modesto ficou agradecida pelo fato de o seu nome ter sido lembrado pelo deputado federal Vander Loubet para ser a candidata de uma frente ampla de partidos para disputar a Prefeitura de Campo Grande. 

“Fico feliz de ver meu nome lembrado pelo Vander para um projeto tão importante como esse. Porém, somente no próximo ano que vou decidir qual caminho devo seguir, se vou colocar o meu nome para disputar a prefeitura da Capital ou se vou apoiar uma outra candidatura, deixando para sair candidata em 2026”, declarou.