Pacheco, de acordo com fontes do Senado, mostra descontentamento com o ministro por dois motivos principais.

Recentes falas de Guedes irritam Senado e preocupam equipe econômica
Segundo Paulo Guedes, impostos sobre folha de pagamento são “armas de destruição em massa de empregos”. / Foto: José Cruz/Agência Brasil

O tom mais crítico e cheio de promessas adotado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, nos últimos dias tem encontrado uma maior resistência dentro do Congresso Nacional, em especial entre os senadores da República.

De acordo com interlocutores, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anda reclamando dos recentes posicionamentos do ministro. Dentro da própria pasta da Economia, servidores de carreira temem ainda o que Guedes fará em um eventual segundo mandato do presidente Jair Bolsonaro para tirar do papel promessas feitas nas últimas semanas.

Pacheco, de acordo com fontes do Senado, mostra descontentamento com o ministro por dois motivos principais. Primeiro, devido ao fato de Guedes evitar encontrar soluções práticas e ficar só no compromisso futuro de resolver o imbróglio do piso da enfermagem.

Segundo, Pacheco estaria chateado com a fala crítica do ministro, nesta segunda (19), durante o Congresso Brasileiro da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).

Na ocasião, Guedes voltou a cobrar a aprovação de uma parte da chamada reforma tributária que está paralisada no Senado. No entanto, desta vez, atacou diretamente os senadores.

“Não adianta cobrar imposto que é fácil de cobrar, mas que destrói a indústria brasileira. É preciso uma transição para o imposto de valor adicionado, que estava na nossa proposta de reforma tributária, que ficou presa no Senado, por interesses, porque havia tributação sobre lucros e dividendos”, afirmou o ministro.

Dentro do ministério da Economia, servidores de carreira disseram à CNN Brasil estarem preocupados ainda com o aumento de promessas feitas pelo comandante da pasta nos últimos dias, com a aproximação das eleições. Entre elas estão o fato de o ministro ter se comprometido com o aumento permanente no valor do Auxílio Brasil, a revisão nos cortes do programa Farmácia Popular, além de uma reformulação da lei do teto de gastos.

Procurado sobre as falas e promessas do ministro Paulo Guedes, o ministério da Economia informou à reportagem que não irá comentar os assuntos.