Serviço seria manutenção preventiva

Recapeamento de
/ Foto: Fotos: Henrique Kawaminami

Quem viaja regularmente de Campo Grande em direção ao Pantanal pode estranhar um trecho da BR-262 que recebeu camada asfáltica na última semana. Motoristas que passam pelo local acreditam que o serviço seria desnecessário.

A informação chegou como denúncia anônima para o Jornal Midiamax, com a preocupação de que o pavimento estaria sendo aplicado sem necessidade. Na tarde desta sexta-feira (01) a reportagem percorreu a BR-262, até Terenos, a 28 quilômetros de Campo Grande.

Durante o trajeto foi verificado que um trecho de aproximadamente 4 quilômetros, a partir do quilômetro 369, próximo ao distrito de Indubrasil, realmente recebeu uma fina camada de asfalto. Nenhuma equipe ou máquinas foram encontradas, indicando que o serviço já teria terminado.

Em um posto de combustíveis conversamos com alguns motoristas que opinaram sobre o serviço realizado. “Isso é uma palhaçada. Não precisa do recapeamento, o asfalto está bom. Estão de brincadeira. Estão jogando dinheiro fora”, protesta o motorista de caminhão guincho, Álvaro Gonçalves Medina, de 55 anos, que passa quase todos os dias pela rodovia.

Já o motorista de caminhão tanque, Celso Alves, de 39 anos, que utiliza a rota 3 vezes por semana, disse que percebeu algumas ondulações, mas também acredita que o serviço não era necessário.  

Entretanto a visão de um usuário comum pode não perceber certos defeitos, como alerta o engenheiro civil Willian Cunha. “Acredito que o que foi feito foi uma manutenção preventiva, que pode ser contra umidade, fissura no pavimento. Então as pessoas podem olhar e achar que está bom, mas pode estar com rebaixamento, algumas falhas de uso, fissuras e locais onde se acumulam água e pode causar aquaplanagem”, alerta.

Ele não acredita que o serviço tenha sido executado desnecessariamente. “Para uma empresa, quanto menos pavimento aplicar pavimento, estará economizando. Normalmente as empresas não ganham por medição”, explica Willian.

O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) esclareceu que o trecho está sob o contrato nº 945/2015 a cargo da empresa LCM Construção e Comércio S/A. Os serviços contratados são de manutenção e cobrem a BR-262, em Mato Grosso do Sul entre os Km 342,30 ao Km 487,50, perfazendo uma extensão de 145,20 Km.

Adicionalmente o Dnit informou que o contrato tem duração prevista de 720 dias corridos, que foi iniciado em janeiro de 2016, com valor total de R$ 13.059,810,00 e salienta que não se trata de contrato de restauração da rodovia.