O Dourados News teve acesso ao documento e mostra que, antes da morte, a criança ainda caiu de um balcão de aproximadamente 1,5m de altura.

Queda de balcão, criança pisoteada e choro; detalhes do depoimento da madrasta de criança morta

A morte do menino Rodrigo Moura Santos, 1, ocorrido na manhã do dia 16 de agosto na casa onde morava, na rua Presidente Kennedy, foi detalhada pela madrasta dele, Jéssica Leite Ribeiro, 21, em depoimento à polícia no dia 22 de agosto. 

O Dourados News teve acesso ao documento e mostra que, antes da morte, a criança ainda caiu de um balcão de aproximadamente 1,5m de altura.

Conforme o relato da jovem, indiciada pela polícia por homicídio qualificado, na casa morava ela, Joel Rodrigo Avalo Santos, 24, que responderá por maus tratos, e os dois filhos dele, Rodrigo e uma menina de três anos.

No dia do fato, o companheiro dela saiu para trabalhar e como de costume o acompanhou até o portão. Quando retornou percebeu as duas crianças já acordadas e teria se dirigido a uma das peças da residência para preparar o leite delas. 

Jéssica então colocou o menino no balcão e para entretê-lo, entregou-lhe uma sacola plástica. Conta a suspeita que logo em seguida a menina quis lhe tirar a sacola, causando a sua queda. 

A mulher disse que pegou o menor do chão e ele chorava muito e percebeu um pouco de sangue saindo de sua boca. Logo depois ele foi colocado num colchão.

Como a criança não parava de chorar e há dias ela não conseguia dormir, se irritou e chegou a cobrir a própria cabeça com uma coberta e jogou sobre o bebê outro cobertor, foi quando percebeu Rodrigo fazendo força.

Ainda segundo ela, o menino possuía problemas de intestino e recentemente precisou de um supositório para conseguir realizar suas necessidades fisiológicas.

Acreditando se tratar de problemas intestinais, pediu para que a irmã dele lhe apertasse a barriga, porém, a garota começou a pisar no local, aumentando ainda mais o choro da criança. 

Jéssica então teria se aproximado e apertado a barriga do garoto com muita força, ‘irritada e nervosa’, como relatou à polícia, começou a fazer movimento com as pernas do bebê na tentativa de acabar com o que parecia cólica.

“Tudo o que eu fiz foi com força”, diz trecho do depoimento.

Posteriormente, ela colocou os seus joelhos sobre o abdome de Rodrigo e não percebeu os ossos se quebrando. 

Depois do procedimento, o colocou deitado de lado e ao levantar para buscar óleo de oliva para dar à criança na tentativa de ‘soltar’ o intestino, acabou pisando nas costelas dele.  

A mulher voltou a pedir para que a menina apertasse a barriga de Rodrigo e achando que se tratava de uma brincadeira, a irmã continuou a pisar na criança. Em seguida a criança avisou, “tia, ele vomitou”.

Ao chegar próximo ao menino, percebeu que ele babava e que não chorava mais, “estava quieto”. 
Logo em seguida, viu que não respirava mais. Desesperada, o pegou pelo pescoço e tentou realizar respiração boca a boca, segundo ela, causando os arranhados no menor.  

Questionada, disse não ter contado essa versão porque estava assustada e confirmou que no momento da morte do menino, Joel não estava em casa. 

Ainda segundo Jéssica, ela afirmou ao companheiro que já não aguentava mais a situação a qual viviam e entre os fatores, ter que cuidar de filhos que não eram dela. 

O caso 

Na manhã do dia 16 de agosto o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionado para atender um bebê que estaria passando mal, na rua Presidente Kenedy, região da Cabeceira Alegre. 
No local, os socorristas constataram que a criança já estava morta. 

A perícia foi acionada e constatou hematomas nas costas, cabeça e pescoço do bebê.

O menino foi levado ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal), onde constatou-se a morte violenta, incluindo a ruptura do fígado dele.

Tanto a madrasta, quanto o pai da criança, acabaram encaminhados à delegacia e permanecem presos.