Governo promete convocar os 30 aprovados

Prova para delegado tem identificador de frequência e forte esquema de segurança
/ Foto: Fotos: Kleber Clajus

Com quase 10 mil inscritos, a prova do concurso para o cargo de delegado de Polícia Civil de Mato Grosso do Sul demandou um forte esquema de segurança, para evitar fraudes e afastar suspeitas de irregularidades no certame.

Antes do início das provas, o titular da SAD (Secretaria de Estado de Administração), Carlos Alberto Assis (PSDB), esteve na Universidade Anhnaugera-Uniderp, local de aplicação da prova, e garantiu a ‘lisura’ do processo. Ele negou favorecimento a quaisquer pessoas no concurso.

 “Não é uma pessoa que vai colocar tudo a perder. Temos que acreditar nos quase 10 mil (inscritos). As pessoas olharam só o nome da Denise Puccinelli e não das outras sete lactantes que estão na mesma sala”, disse o secretário, em referência à filha do ex-governador André Puccinelli (PMDB), que vai fazer a prova em uma sala especial por estar amamentando.

A delegada Maria de Lourdes Cano, presidente da comissão organizadora do concurso, revelou que a Polícia Civil utiliza agentes do serviço de inteligência dentro e fora da universidade, além de contar com um aparelho especial usado para identificar eventuais frequências de rádio no local.

O intuito é coibir a possibilidade de fraude com uso de algum equipamento de comunicação via rádio, ou ponto eletrônico.

A advogada Ana Raquel de Lima, 22 anos, que veio de Goiânia (GO) para tentar uma das 30 vagas em disputa, disse que tem receio de eventual fraude, como registrada em seu Estado de origem recentemente, mas aposta nos nove meses de estudo para se dar bem na prova.

Os paulistas Diego Toledo, 33 anos, Paula franco, 24 anos, e Fabiano Bitencourt, 26 anos, frisaram que acompanham nas redes sociais o noticiário local sobre o concurso, e também apresentam receio com eventual fraude, como aconteceu, segundo eles, em Goiás e no Pará.

Oriundas do Estado vizinho de Mato Grosso, as advogadas Janaina Bevilacqua, 30 anos, e Dejéssica Nissio, 26 anos, vieram de Cuiabá, demonstraram preocupação com a notícia de qu a filha de um ex-governador faria a prova em local seperado, mas também apostam no preparo e conhecimento para adentrarem na carreira, com salário inicial de quase R$ 15 mil.

Vendas

Quem já garantiu pelo menos o sustento da família, foi a comerciante Sirlei Rodrigues, 56 anos, que em menos de uma hora vendeu 360 garrafas de aguas, além de canetas e refrigerantes. “Todos os concursos estamos aqui, é uma renda que temos que ter”, disse ela.

O trânsito no entorno do local da prova chegou a ficar lento por volta das 13h, mas não chegou a atrapalhar quem chegou cedo para não perder o concurso.