A safra 2025/2026 de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil começou com recuo nos principais indicadores agronômicos.

Produtividade da cana-de-açúcar cai 16% na safra 2025/26

Os dados foram divulgados pelo Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), por meio do boletim De Olho na Safra, ligado ao Programa de Benchmarking da instituição.

Segundo o levantamento, a produtividade média inicial da safra foi estimada em 72,7 toneladas por hectare (TCH), representando uma redução de 16,6% em relação ao ciclo anterior. O Açúcar Total Recuperável (ATR) médio projetado é de 112 quilos por tonelada de cana, o que corresponde a um recuo de 3%. Como consequência, o indicador que combina produtividade e qualidade da matéria-prima, o TAH (toneladas de ATR por hectare), deve atingir 8 toneladas, uma queda de 20% na comparação com a safra 2024/2025.

Apesar da redução nos índices de produção, o déficit hídrico acumulado permanece dentro da média histórica, com cerca de 300 milímetros. Já o risco de florescimento, que pode comprometer o desenvolvimento da cana, é considerado baixo, com maior probabilidade de ocorrência em áreas específicas do Triângulo Mineiro e do estado de Goiás.

“Acompanhamos a tendência de declínio na produtividade e na qualidade da matéria-prima com atenção. Esses dados reforçam a necessidade de estratégias de adaptação a possíveis oscilações climáticas e ajustes no manejo agronômico”, afirmou o CTC em comunicado.

As projeções reforçam o alerta para o impacto do clima e das condições de solo sobre o desempenho da principal região produtora de cana do país, responsável por mais de 90% da produção nacional.