Três pessoas foram condenadas por participação em um esquema de falsificação de documentos para retirar remédios de alto custo de farmácias públicas do Estado de São Paulo. O golpe foi aplicado em dez cidades e provocou um prejuízo de R$ 2,1 milhões aos cofres do Estado de SP.

A investigação mostrou que 18 mil ampolas do hormônio somatropina, usado para estimular o crescimento em crianças e adolescentes, foram retiradas ilegalmente durante dois anos, em farmácias que fornecem medicamentos de alto custo em São Paulo. A quadrilha então revendia os remédios como anabolizantes.

Para ter acesso aos medicamentos, a quadrilha apresentava documentos, exames e laudos falsos de pacientes. Farmacêuticos do hospital regional de Sorocaba, no interior de SP, desconfiaram dos resultados de exames idênticos, de pacientes diferentes e alertaram a Polícia. No dia marcado para fazer uma das retiradas, foram presos em flagrante, em Sorocaba dois homens e uma mulher que se passavam por pais de crianças e adolescentes.

Sete meses após a prisão, eles foram condenados. Carlos Alberto Garcia e Cristina Regina da Silva foram condenados a sete anos de prisão em regime semiaberto. Paulo Escualeira Junior, que já respondia por outros crimes, recebeu a pena de oito anos em regime fechado. O homem apontado como chefe da quadrilha é Francisco Jaílson Caldas de Almeida, que está foragido.

A gente precisa descobrir também se há algo mais por cima dele, ou seja, se ele ainda prestava contas a alguém ou se ele é o topo da pirâmide. E até para que o Estado consiga, eventualmente, percebendo bens e posses dessas pessoas, também se ressarcir do prejuízo", afirma Ivan Agostinho, corregedor-geral do Estado de SP.