Alvo de operação foi presa ontem no Aero Rancho

Presa em operação contra falso frete, mulher tentou entrar com chips em penitenciária de MS
Alvo de operação foi presa ontem no Aero Rancho / Foto: Divulgação, PCMS

A mulher de 37 anos presa na terça-feira (1º) em Campo Grande durante a Operação Carga Pesada, da PCESP (Polícia Civil do Estado de São Paulo), já havia sido detida em 2023 ao tentar entrar com chips de telefonia móvel em uma unidade prisional. Ela foi um dos alvos dos dois mandados de prisão da ação.

Em junho de 2023, a contadora entrou no Estabelecimento Penal Feminino Irmã Irma Zorzi, no bairro Coronel Antonino, região norte da Capital, com 27 chips. Os cartões SIM estavam em uma sacola plástica junto a uma vasilha com alimentos, que seriam entregues a uma detenta.

Durante a revista, uma policial penal acabou encontrando os chips. A contadora foi presa e encaminhada para a Depac-Cepol (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário do Centro de Polícia Especializada), no bairro Tiradentes, zona leste.

A mulher foi indiciada por favorecimento real e o processo corre na 5ª Vara do Juizado Especial Cível e Criminal.

A contadora foi presa na manhã de ontem no Jardim Aero Rancho, região sul da cidade. Ela chegou a ser conduzida para a Depac Centro, mas como a unidade não possui carceragem, foi transferida para a 2ª Delegacia de Polícia, no bairro Monte Castelo, zona norte.

Operação Carga Pesada
A quadrilha de roubo de caminhões com ramificações em Mato Grosso do Sul ostentava luxo com carros caros, relógios Rolex e até um helicóptero, avaliado em R$ 3 milhões.

Em Campo Grande, foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão temporária, com duas pessoas presas. Durante a ação, dez celulares foram apreendidos, além de um cofre, que, segundo a delegada Ana Cláudia Medina, ainda será aberto para conferência.

A ação contou com a mobilização de mais de 20 policiais civis, integrando equipes de São Paulo e Mato Grosso do Sul. A quadrilha, alvo da ação, era especializada em roubos de caminhões, com sequestro de vítimas que vinham sendo investigadas pelo 125º DP da capital paulista.

O modus operandi do grupo consistia em atrair motoristas por meio de plataformas on-line de frete, simulando negociações legítimas, e, no momento do encontro, submetê-los a cárcere privado, enquanto os caminhões eram roubados.

Conforme as investigações, após os roubos, os caminhões eram levados a países vizinhos, sendo utilizados para o transporte de cigarros ilegais e entorpecentes, especialmente cocaína. A droga era proveniente de facção criminosa de atuação nacional, demonstrando o vínculo direto da quadrilha com o tráfico internacional e o crime organizado.

A organização criminosa foi identificada em diversos casos de roubo com restrição de liberdade, e parte de seus integrantes já havia sido presa anteriormente pelos mesmos crimes, evidenciando a continuidade delitiva e o alto grau de periculosidade.

O prejuízo estimado causado às vítimas ultrapassa R$ 50 milhões, valor que motivou o aprofundamento das investigações e a deflagração da presente operação.