Um dia após prisão dos responsáveis pelas finanças, contratos e licitações, prefeito continua calado e mantém servidores nos cargos.

O prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues (PL), manteve nos cargos os servidores presos ontem após operação do Grupo Especial de Combate à Corrupção (Gecoc).
No diário oficial do Município, publicado no site da Associação dos Municípios de Mato Grosso do Sul, não há exoneração de servidores.
A reportagem perguntou, mais de uma vez, ao prefeito sobre as providências que serão tomadas, mas não obteve resposta.
Ontem, durante a operação, o prefeito também ao quis comentar o caso, dizendo apenas que aguardaria o andamento.
Ontem a noite a prefeitura divulgou uma nota dizendo que “permanece à disposição das autoridades responsáveis para fornecer todas as informações e documentos necessários ao devido andamento das investigações”.
A operação de ontem prendeu o secretário de Finanças, Edilberto Cruz, a responsável pelo setor de licitações, Luciane Cintia Pazette, e Carlos Henrique Sanches Corrêa.
O caso
O Gecoc realizou uma operação para investigar uma possível organização criminosa que fraudava licitações, praticando corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, dentre outros delitos correlatos na Prefeitura de Bonito.
“A investigação constatou a existência de uma organização criminosa que atua fraudando, sistematicamente, licitações de obras e serviços de engenharia no Município de Bonito, desde 2021”, diz nota do MPE.
Foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 15 mandados de busca e apreensão, nos Municípios de Campo Grande, Bonito, Terenos e Curitiba (PR).
Segundo a investigação, são inúmeras licitações fraudadas mediante simulação de concorrência e previsão de exigências específicas estipuladas para direcionar o objeto do certame às empresas pertencentes ao grupo criminoso.
Os agentes públicos, em conluio com os empresários, forneciam informações privilegiadas e organizavam a fraude procedimental, com vistas ao sucesso do grupo criminoso, mediante recebimento de vantagens indevidas.
Os contratos apurados até o momento atinge o valor de R$ 4.397.966,86. Segundo o MPE, “Águas Turvas”, termo que dá nome à operação, faz alusão a algo que perdeu a transparência ou limpidez, e contrasta com a imagem do Município de Bonito, reconhecido por suas belezas naturais e águas cristalinas, que, contudo, vêm sendo maculada pela atuação ilícita dos investigados.
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