Condutora disse que passou mal ao perder controle de carro, invadir calçada e matar idosa; testemunhas a viram no celular

Polícia apreende celular da esposa de procurador que atropelou idosa
Mulher deixou local do acidente em ambulância. / Foto: André Bittar

O aparelho celular de Cirlene Alves Lelis Robalinho, que atropelou e matou a idosa Verônica Fernandes de 91 anos, na tarde da última quarta-feira (13), foi apreendido pela Polícia Civil. A mulher é esposa do procurador de Justiça Gilberto Robalinho, que também é investigado por retirar o veículo do local do acidente.

Conforme nota divulgada pela Polícia Civil nesta segunda-feira (18), um inquérito apura o acidente como homicídio culposo – quando não há intenção de matar - e outro investiga como fraude processual a retirada do veículo do local.

Segundo a polícia, na investigação de homicídio já foram adotadas algumas providências, entre elas, a apreensão do veículo envolvido, do celular da investigada, e de imagens do local do acidente, que já foram encaminhados para exames periciais.

Ainda segundo a nota, no inquérito sobre fraude processual, o policial militar que retirou o veículo,  foi ouvido e a polícia e identificou testemunhas da cena.

Procurada pelo Campo Grande News, a delegada responsável pelo caso disse que só irá comentar sobre o que foi apurado durante estas diligências no final das investigações.

Atropelamento - O acidente ocorreu por volta de meio-dia e meia de quarta-feira (13 ), na Rua José Nogueira Vieira, no Bairro Tiradentes. A motorista de um Fiat Uno, Cirlene Lelis Robalinho, 48 anos, invadiu calçada e matou a idosa Verônica Fernandes, de 91 anos. Ela é esposa do procurador Gilberto Robalinho da Silva.

Ainda no local, parentes da vítima ficaram revoltados afirmando que o procurador mandou tirar o carro do lugar. A equipe do Campo Grande News presenciou a cena e fotografou um homem ao lado do veículo envolvido, já fora da calçada.

A delegada que foi ao local, Célia Maria Bezerra, informou que abriria investigação sobre fraude processual, que é a mudança da cena de um crime. Por se tratar de um procurador, que tem foro privilegiado, a investigação em relação a ele passa a ser no MPE.

No depoimento à Polícia Civil, a esposa de Gilberto Robalinho disse ter sofrido um "apagão" na hora do acidente. Pelo menos uma testemunha, porém, afirma que ela falava ao telefone.

Robalinho, no dia do acidente, disse à equipe do Campo Grande News que a esposa estava muito nervosa e o chamou ao local. Depois que a situação da retirada do carro foi relevada, a equipe tentou falar com ele em seu gabinete, mas não houve retorno.