Cinco deputados e três senadores pedem que Ministério Público apure caso registrado em e-mail da Presidência da República.

Parlamentares da CPMI do 8 de Janeiro pedem à PGR que Bolsonaro seja investigado por pedras preciosas
Bolsonaro foi presenteado com as joias em 26 de outubro do ano passado durante comício de campanha pela reeleição em Teófilo, interior de Minas Gerais. / Foto: MAURO PIMENTEL / AFP

Cinco deputados e três senadores da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro enviaram uma representação à Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a investigação do recebimento de presentes luxuosos pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. Como mostrou o site da Jovem Pan News nesta quinta-feira, 3, os dois teriam sido presenteados com pedras preciosas em 26 de outubro do ano passado durante comício de campanha pela reeleição em Teófilo, no interior de Minas Gerais. Durante a sessão de terça-feira, 1º, quando a CPMI ouviu o ex-diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Saulo Cunha, a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) citou mensagens nas quais o ex-ajudante de ordens da Presidência da República Cleiton Henrique Holzschuk pedia a outros colegas que pedras preciosas recebidas por Bolsonaro fossem entregues em mãos para o tenente-coronel Mauro Cid. Holzschuk também pediu para que os presentes não fossem catalogadas no acervo da Presidência e afirmou que as solicitações foram feitas por Cid, segundo o relato da deputada.

Os ajudantes de ordens copiados nas mensagems são Adriano Alves Teperino e Osmar Crivelatti. Pelo menos outros oito e-mails foram trocados entre eles sobre o assunto. Duas mensagens fazem referência ao fato de que todos os presentes recebidos pelo presidente da República durante o mandato deveriam estar sob guarda do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH). Em relação à representação, os congressistas afirmam que a denúncia reforça a possibilidade de uma prática de “ilícitos aptos a caracterizar improbidade administrativa” e solicitam depoimentos à Polícia Federal (PF) de todos os envolvidos, além da colheita de provas e outras providências legais. O documento foi assinado pelos deputados federais Jandira Feghali (PSOL-RJ), Rogério Correia (PT-MG), Henrique Vieira (PSOL-RJ), Duarte Jr. (PSB-MA) e Rubens Pereira Junior (PT-MA), e pelos senadores Randolfe Rodrigues (PT-AP), Fabiano Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO).

*Com informações do repórter André Anelli. Leia também 'Quem vai ter que pagar mais para alguns não pagarem nada?', questiona governador do MT sobre reforma tributária Uber tem o primeiro lucro operacional da história após bater recorde de passageiros