O encontro é aberto ao público e não é necessário realizar inscrição prévia.

ONU: trabalho decente é instrumento de combate à violência contra mulheres
Manifestação em Buenos Aires, na Argentina, pelo fim da violência contra as mulheres. Participante exibe cartaz com o lema #NiUnaMenos. / Foto: Flickr (CC)/Colectivo La Luz

O Ministério Público do Trabalho (MPT), o Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS) e a ONU Mulheres promovem nesta segunda-feira (25) palestra em Brasília (DF) sobre trabalho no âmbito da campanha "16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres".

O evento ocorre às 16h na sede da Procuradoria-Geral do Trabalho (SAUN Quadra 5, Lote C, Torre A) e tem como tema "O trabalho como instrumento pelo fim da violência contra as mulheres".

O encontro é aberto ao público e não é necessário realizar inscrição prévia.

O encontro pretende trazer reflexões sobre a importância do trabalho para a autonomia econômica das mulheres e como ferramenta para a construção e produção de subjetividades e fortalecimento no enfrentamento da violência.

Serão apresentadas as principais iniciativas no âmbito das Nações Unidas para promover o engajamento das empresas no processo de garantir às mulheres uma vida livre de violências.

Na mesa de abertura do evento estarão presentes a vice-procuradora-geral do Trabalho, Maria Aparecida Gugel; a representante do UNOPS no Brasil, Claudia Valenzuela e a representante interina da ONU Mulheres Brasil, Ana Carolina Querino.

A palestra será realizada pela advogada, professora universitária e consultora da ONU Mulheres Fernanda Castro Fernandes. Ela é mestra em Educação e doutora em Direito pela Universidade de São Paulo (USP).

Impacto no mercado de trabalho e produtividade
Pesquisa feita pela Universidade Federal do Ceará e pelo Instituto Maria da Penha mostrou que, entre 2016 e 2017, 23% das mulheres vítimas de violência doméstica no Nordeste recusaram ou desistiram de alguma oportunidade de emprego nesse mesmo período por oposição dos parceiros.

O estudo mostrou ainda que mulheres vítimas de violência doméstica reportaram dificuldades de concentração, insônia, estresse, entre outros problemas.

No Nordeste, mulheres vítimas de violência doméstica apresentam uma duração média de emprego 21% menor na comparação com aquelas que não sofrem violência.

Elas também têm um salário cerca de 10% menor. Segundo o estudo, ser vítima de violência doméstica se correlaciona negativamente com a produtividade e o salário-hora, e esse efeito é maior entre as mulheres negras.

16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres
A campanha "16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres" é uma mobilização global da sociedade civil que, no Brasil, dura 21 dias, com início em 20 de novembro, Dia Nacional da Consciência Negra, e encerramento em 10 de dezembro, Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Esta mobilização global é apoiada pela campanha do Secretário-Geral da ONU "Una-se pelo Fim da Violência Contra as Mulheres", com o objetivo de sensibilizar, galvanizar o ativismo e compartilhar conhecimento e inovação para prevenir e eliminar a violência contra mulheres e meninas em todo o mundo.

Governos, sociedade civil, escolas, universidades, empresas, associações esportivas e indivíduos manifestam solidariedade às vítimas, às ativistas, aos movimentos de mulheres e às defensoras dos direitos humanos das mulheres para acabar com a violência contra mulheres e meninas.