Pollon confirmou uma posição política clara: “Sou pré-candidato ao governo.”
Uma informação divulgada na última quinta-feira (23) pelo site InvestigaMS movimentou os bastidores políticos de Mato Grosso do Sul: a possível candidatura de Naiane Bittencourt, esposa do deputado federal Marcos Pollon (PL), à Câmara dos Deputados nas eleições de 2026.
A especulação ganhou força após uma publicação da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher, que compartilhou uma foto ao lado de Naiane e Pollon, afirmando que a sul-mato-grossense “aceitou um novo desafio no Mato Grosso do Sul”. Nos bastidores, o gesto foi interpretado como um sinal de que Naiane deve disputar uma vaga na Câmara Federal.
Em suas redes sociais, Naiane reforçou o clima de expectativa com uma mensagem enigmática:
“Hoje foi o dia de um encontro muito especial, eu diria desafiador, mas leve e cheio de luz e esperança. Dia 22, que nosso Senhor Jesus abençoe nossos caminhos, com fé e muito amor. Obrigada, minha amada presidente Michelle Bolsonaro, pela confiança e incentivo.”
Bastidores e costuras políticas
Fontes do Partido Liberal confirmaram ao Fato67 que há uma movimentação em andamento para reaproximar Pollon do comando estadual do PL, hoje presidido pelo ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB). A iniciativa busca pacificar as tensões internas e reconstruir pontes após meses de atritos entre Pollon e os tucanos.
A relação entre eles se deteriorou em 2024, quando o deputado perdeu o controle do diretório estadual do partido para Tenente Portela, em uma articulação que também rifou sua pré-candidatura à prefeitura de Campo Grande. Na época, o PL decidiu apoiar Beto Pereira (PSDB), o que levou Pollon a gravar o famoso vídeo afirmando que “corto as bolas, mas não vota no PSDB”.
Apesar da frase dura, Pollon depois adotou um tom mais diplomático, dizendo respeitar as lideranças tucanas, inclusive Beto Pereira, mas reforçando que jamais faria campanha para o PSDB.
Pollon mira novo tabuleiro político
Interlocutores próximos ao PL afirmam que Pollon trabalha nos bastidores para compor como vice de Eduardo Riedel (PP) nas eleições de 2026, em uma aliança que envolveria a candidatura de Naiane Bittencourt a deputada federal, ocupando o espaço político deixado por ele.
Essa construção ganha coerência com uma declaração do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto, dada ao jornal Correio do Estado em agosto deste ano. Na entrevista, Valdemar confirmou que o partido já definiu apoio à reeleição de Riedel:
“Lógico que vamos apoiar a reeleição do governador Riedel, pois ele é nosso candidato aí em Mato Grosso do Sul. Nós já tínhamos definido isto na aliança que fechamos no ano passado para disputar a Prefeitura de Campo Grande, com ele estando filiado ao PL ou não.”
A fala de Valdemar praticamente consolidou a aliança entre PL e PP no estado, o que reforça a leitura de que a movimentação de Naiane tem função estratégica dentro desse arranjo político.
Pré-candidato ao governo, mas sem apoio do partido
O Fato67 entrou em contato com Marcos Pollon para esclarecer os rumores sobre uma possível mudança de rota dentro do PL dele ser vice de Eduardo Riedel em 2026 ou de uma candidatura para deputado estadual, o parlamentar respondeu negando qualquer intenção de disputar vaga na Assembleia Legislativa.
Apesar de não responder sobre uma costura partidária para ser vice governador, Pollon confirmou uma posição política clara:
“Sou pré-candidato ao governo.”
Questionado se é pré-candidato pelo PL, se tem apoio interno de alguma liderança e se cogita buscar outro partido para viabilizar a candidatura ao governo, Pollon não respondeu.
Sobre a reunião de Naiane com Michelle Bolsonaro, o deputado limitou-se a dizer que o encontro foi fechado e que ainda aguarda confirmação oficial sobre os próximos passos da esposa.
Cenário dividido
Enquanto tenta construir seu próprio caminho, Pollon enfrenta um PL rachado entre o pragmatismo tucano de Reinaldo Azambuja e o verniz conservador que a sigla representa.
A possível candidatura de Naiane Bittencourt desponta como uma peça-chave nesse jogo local, servindo tanto para manter o casal com visibilidade junto ao eleitorado quanto para consolidar a base política de Pollon caso sua estratégia com Riedel avance.











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