A 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública de Campo Grande tornou pública a abertura da investigação, em seu diário oficial, nesta segunda-feira (2).

Ministério Público investiga falta de leitos para crianças em hospitais de Campo Grande
Mãe ampara filho no corredor do HR. / Foto: Repórter top

Ministério Público Estadual abriu inquérito civil para apurar suposta falta de leitos pediátricos, em hospitais que atendem a Rede Pública de Saúde em Campo Grande. Denúncia do TopMídiaNews gerou repercussão na cidade. 

A 32ª Promotoria de Justiça de Saúde Pública de Campo Grande tornou pública a abertura da investigação, em seu diário oficial, nesta segunda-feira (2). Porém, o inquérito consta como sigiloso.  

O órgão, diz a divulgação, vai exigir informações da Secretaria Estadual de Saúde; Secretaria Municipal de Saúde e dos hospitais que atendem a rede pública de Saúde da Capital, que no caso são a Santa Casa e o Hospital Regional de Campo Grande.

O Hospital Regional em Campo Grande disse que chegou a alertar o MPE e a Prefeitura de Campo Grande por sobrecarga no atendimento de pacientes pediátricos. 

Denúncia

No dia 25 de abril, o TopMídiaNews mostrou flagrante feito por um paciente do Hospital Regional em Campo Grande. O denunciante filmou crianças, algumas em estado grave, sendo atendidas em pleno corredor da unidade de saúde. 

''Algumas estão usando balão de oxigênio e estão jogadas no corredor do hospital'', desabafou o leitor. 

''Tem bebês recém-nascidos, todos no corredor do hospital. Os médicos não estão dando conta. Tem mãe com criança lá fora, grave, esperando para ser atendida há muitas horas. Será que vai precisar um inocente morrer para alguém fazer alguma coisa?'', questionou o internauta na ocasião. 

Respostas

A Sesau, por meio da assessoria, informou que o órgão ‘’tem buscado ampliar o número de leitos através da contratualização na rede pública, privada e filantrópica para assegurar a assistência necessária à população. Está previsto a abertura de chamamento público para tanto’’. 

A Secretaria Estadual de Saúde informou que vai verificar se já foi notificada pelo MPE. 

A Santa Casa diz que alertou a gestão municipal, da necessidade de ampliação dos leitos intensivos neonatais. A falta de leitos se tornou crônica em toda a rede e a notificação é constante sobre o risco assistencial. 

Ainda segundo o hospital, Na Santa Casa, ''pacientes estão ficando em leitos adaptados no Centro Obstétrico (Maternidade) devido à falta desses leitos internamente e na rede, que são causados pela superlotação. Esse cenário alarmante acarreta um acúmulo de pacientes, que são os bebês recém-nascidos e que, por vezes, transformam os setores em um campo de batalha, na concorrência por leito especializado''. 

As medidas tomadas pelo hospital para amenizar a situação, segue a Santa Casa, não foram suficientes. Sendo assim, a unidade cobra do Estado e Município medidas para resolver o problema. 

O Hospital Regional de MS não respondeu ainda sobre o inquérito. Mas sobre a denúncia de superlotação, admitiu o problema. 

Conforme o HR, a Sesau tem encaminhado pacientes pediátricos em urgência e emergência, o que sobrecarrega o hospital. A unidade de saúde apontou que o órgão municipal encaminha esses casos para o HR, em razão de outros hospitais da cidade não terem vagas. 

A Sesau rebateu e disse que os encaminhamentos não urgentes, feitos ao HR, estão dentro do que foi contratualizado. 

A exceção fica por conta dos casos de ''vaga zero'', que, segundo a secretaria, não tem como não encaminhar, por entender que a unidade em questão seria a mais adequada.