A professora está presa desde a última terça-feira (25). As investigações são mantidas sob sigilo por envolver crianças.

A menina de 3 anos, uma das vítimas da professora de 45 anos, no município de Rio Verde, distante 207 quilômetros de Campo Grande, contou durante brincadeira com a mãe que foi abusada. “Com celular, a mãe gravou o depoimento da filha e entregou o áudio à polícia”, diz o pai de 34 anos. Até agora, onze famílias procuraram à delegacia para formalizar a denúncia.
Por telefone, o pai contou à reportagem, que no começo do mês a filha chegou em casa com vermelhidão na área genital. “Ficamos desconfiados. Ela nunca teve assadura. No outro dia, minha esposa comentou o caso com uma conhecida que trabalha no Conselho Tutelar”. Durante a conversa, a mulher relatou que a professora da escola havia sido afastada sob suspeita de molestar crianças na unidade.
Foi então que os pais foram à delegacia registrar boletim de ocorrência. Na sequência, a menina foi submetida a exame pericial. “O perito confirmou o abuso dizendo que houve manipulação”, lamentou. Inicialmente, a vítima não conseguiu contar para a psicóloga sobre o fato. Mas durante brincadeira com a mãe, a criança relatou como acontecia o fato e citou o nome das coleguinhas que também haviam passado pela mesma situação. O depoimento foi gravado pela mãe e o áudio entregue a polícia. O pai suspeita que os abusos ocorreram mais de uma vez.
Ele relatou que a professora trabalha há 3 anos na instituição desde que a mulher dele saiu para assumir um concurso público. “Dois dos meus três filhos estão matriculados na creche. Um lugar bom, conceituado e de referência na cidade. Ficamos horrorizados com essa situação”, afirmou. De duas semanas para cá, a criança e o irmão não estão frequentando as aulas.
“Estou revezando com minha sogra para gente cuidar deles em casa. Eles vão voltar, mas ainda estamos tentando assimilar tudo o que aconteceu. Esperamos que seja feita Justiça”. Segundo o pai, a ONG vai disponibilizar psicólogo para atender as crianças que foram vítimas da professora. A ONG funciona há 30 anos na cidade e recebe verba da prefeitura. A reportagem tentou falar com Ana Andrade, titular da pasta da secretária de Educação, mas sem sucesso.
Caso - A professora foi presa na tarde de terça-feira (25). Após a prisão dela, outros pais procuraram a Polícia Civil denunciando os casos de abusos sexuais. “Ontem (na terça-feira) nós encaminhamos outras sete crianças para exames de corpo de delito, sendo que houve comprovação de abusos em quatro delas”.
Conforme a delegada, as crianças serão ouvidas em depoimento especial. Ela explica que nesses casos é feita uma representação ao juiz local e os depoimentos tomados no fórum, em sala especial e por psicólogos e assistentes sociais, com transmissão por vídeo para o juiz e o promotor da infância. A professora segue presa temporariamente e, por questões de segurança, o nome dela não será divulgado.
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