O novo camisa 30 tricolor agradeceu aos torcedores pela constante campanha pedindo seu retorno desde que deixou o clube, em 2016.

Jonathan Calleri agradece à torcida e festeja retorno ao São Paulo
Calleri São Paulo. / Foto: Divulgação/saopaulofc.net

O atacante Jonathan Calleri, de 27 anos, foi apresentado no começo da tarde desta quarta-feira como reforço do São Paulo. O novo camisa 30 tricolor agradeceu aos torcedores pela constante campanha pedindo seu retorno desde que deixou o clube, em 2016.
– Estou muito feliz por voltar a vestir a camisa do São Paulo. Quero agradecer aos dirigentes, a todos os torcedores. Passaram-se cinco anos. Foi muito gratificante receber mensagens de carinho. Nunca se esqueceram de mim. Quero agradecer a eles por me apoiar todos os anos – disse o jogador.

– Nunca tive a oportunidade certa de voltar a jogar aqui. Falamos, mas nunca houve a possibilidade exata. Sinceramente, foi a primeira vez que teve uma oferta certa e a primeira vez em que coloquei na cabeça que queria voltar. Hoje, gosto de jogar aqui. Quero voltar a me sentir um jogador importante, e aqui estão todas as condições.
O argentino afirmou que retorna, cinco anos depois, como um jogador diferente.
– Foram gols importantes, que ficaram na retina de cada torcedor, mas hoje sou outro jogador. Tenho mais de 130, 140 partidas na Europa. Tenho 27 anos. Não sou o mesmo jogador. As características são as mesmas, e penso que posso oferecer mais experiência à equipe. Antes, fazia esforços que não eram necessários. Hoje, os esforços são mais produtivos. A pessoa vai melhorando conforme vai entendendo melhor o jogo.
– Nunca me conformo com o que fiz. Em 2016, a média de gols foi alta, mas poderia ter jogado e feito muito mais gols. Hoje, estou em uma situação diferente, sou outro tipo de jogador. Não pensava tanto no que fazia, e agora estou maior, mais experiente.
Calleri não garantiu presença já no jogo contra o Fluminense, domingo, no Morumbi. Ele ressaltou que não joga há bastante tempo.
– A gente sempre quer jogar. Tenho que ser consciente de que faz quatro meses que não treino em uma equipe profissional. Vai ser quando estiver bem fisicamente. Tenho quase uma semana de treinamentos constantes, e espero seguir trabalhando para ajudar quando precisar.

Calleri foi anunciado pelo São Paulo no dia 30 de agosto. Depois de cinco anos na Europa, o argentino retorna ao clube por empréstimo válido até 31 de dezembro de 2022, com opção de compra ao término do vínculo.
O argentino pertence ao Deportivo Maldonado, do Uruguai, mas passou por clubes como West Ham, da Inglaterra, Las Palmas, Alavés, Espanyol e Osasuña, todos da Espanha, desde que deixou o São Paulo.

m 2016, mesmo com pouco tempo, o argentino teve destaque com a camisa são-paulina, com 16 gols marcados em 31 partidas. O atleta fez parte do time semifinalista da Libertadores.
Nesta terça, Calleri realizou o primeiro treino com o elenco completo. Nos dias anteriores, depois de passar por exames médicos, ele havia feito atividades apenas com jogadores que se recuperam de lesões e com o volante uruguaio Gabriel, outro reforço tricolor.

Veja outras respostas de Calleri na entrevista
Dificuldades na Europa
– Não joguei em nenhuma equipe grande (na Europa). O último foi o São Paulo. Não é a mesma expectativa jogar em uma equipe pequena da Inglaterra ou Espanha. Aqui, a equipe se propõe a atacar, os atacantes têm opções. Estou feliz por voltar. Era o momento. É uma grande oportunidade para mim. Quero dar alegrias àqueles que gostam de mim e mudar a opinião de quem não ficou satisfeito.
Diferenças entre o time atual e o de 2016
– Acredito que são duas equipes diferentes. Em 2016, talvez não seria uma grande equipe, mas tinha jogadores que davam outra categoria. Às vezes o funcionamento não era o melhor, perdemos muitas partidas que não devíamos perder. Hoje, penso que é uma equipe mais jovem, que o Crespo deu sua visão de jogo, e os jogadores estão se adaptando. Os jogadores têm uma ideia de como o treinador quer que eles joguem. A equipe chega mais ao ataque, cria muitas situações, e espero estar lá para fazer gols, que é o que mais gosto.
Escolha do número 30
– Quando vim para cá na última vez, gostei da camisa 12. Eu sempre usei a 27, mas não era possível porque na Libertadores só ia até o 25. Dessa vez, não restavam muitos números. É um número que eu gostei, senti no momento e fiquei com esse. Mas, bem, se for possível, depois de dezembro, com certeza mudarei o número outra vez.
Situação financeira do São Paulo
– O dinheiro hoje é secundário, eu venho aqui jogar e ficar feliz. É o que mais quero, voltar a jogar e me sentir um jogador importante. Isso de contrato não depende de mim, tem que perguntar para os dirigentes, e que me paguem quando têm que pagar. É um contrato firmado, bastante aceitável, e vou jogar para demonstrar para todos que posso ser outra vez o jogador que já fui.
Conversas com Crespo
– Me deram referências, vi suas equipes anteriores e acho que tem uma ideia de jogo adaptada a criar muitas chances de gols para os atacantes. O São Paulo tem o sistema para chegar na frente e fazer muitos gols. Ajuda muito ele ter sido atacante. Imagino que suas equipes sempre vão jogar para que o 9 faça gols. Estou falando esses dias com ele, me explicou algumas coisas que quer de mim, e a verdade é que estou feliz. O Crespo foi um jogador que fez muitos gols na carreira, vai cobrar muito de seus atacantes. O importante é que suas equipes chegam ao ataque e criam chances para marcar. Espero ter essas chances.
Ajuda dos argentinos na adaptação
– O mais difícil da adaptação era o idioma, mas depois de jogar aqui, ficar lendo jornais brasileiros, você vai entendendo cada vez um pouco mais. Hoje entendo tudo, que era o mais difícil. Depois é conhecer meus companheiros, buscar o meu espaço, e isso vem com o tempo. Vou me preparar fisicamente e com a bola para estar preparado o quanto antes.