Equipes que atenderam a menina nas 30 vezes que ela esteve em emergências médicas ainda estão sendo ouvidas.

Mais de um mês após a morte de Sophia de Jesus Ocampo, de dois anos, a Secretaria Municipal de Campo Grande (Sesau), ainda não concluiu a investigação para apurar possível responsabilidade de equipes médicas que atenderam a menina nas 30 vezes que ela foi levada à Unidade de Pronto Atendimento do Coronel Antonino ou em outros hospitais.
Ao Correio do Estado, a pasta informou que a investigação ainda está na fase inicial, quando os investigados e outros envolvidos no caso estão sendo ouvidos. Ainda de acordo com a secretaria, a investigação pode ser prorrogada por mais 30 dias ou ser estendida por mais três meses.
No entanto, a pasta garante que o processo será concluído em breve, embora não tenha especificado prazo e a investigação ainda esteja ouvindo os investigados.
O objetivo da sindicância é verificar se houve omissão por parte das equipes de saúde que atenderam a menina, já que, pelo menos em duas ocasiões, Sophia foi levada pela mãe, Stephanie de Jesus da Silva, de 25 anos, à UPA do Coronel Antonino com hematomas e marcas que indicavam que a criança estava sofrendo maus-tratos.
Caso seja comprovada tal omissão, estão previstas sanções administrativas, como afastamento temporário do cargo ou até mesmo a exoneração, dependendo do nível de envolvimento e responsabilização.
Como já mostrado pelo Correio do Estado em diversas oportunidades, as agressões contra Sophia eram recorrentes, assim como as idas ao médico, sempre com casos de emergência.
Conforme relatado pelo pai da menina, Jean Carlos Ocampo, no dia 16 de novembro de 2022, a menina foi levada à UPA, onde chegou com marcas roxas pelo corpo, além de arranhões. Contudo, nada foi registrado no prontuário médico, que consta apenas que Sophia estava com crises de vômito e dores no abdômen.
Para os médicos, Stephanie disse que a criança se machucou enquanto brincava e, os arranhões, foram feitos pelo gatinho que vivia na residência, o que foi aceito sem mais questionamentos por parte da equipe da unidade de saúde.
Ainda conforme o relato por Jean, no dia 18 de novembro, a criança deu entrada mais uma vez na mesma unidade de saúde, de onde saiu com a perna engessada. De acordo com a mãe, Sophia teria caído no banheiro, momento em que quebrou a tíbia, um osso que faz parte da estrutura do joelho.
Em entrevista exclusiva ao Correio, o marido de Jean, Igor de Andrade, ainda reiterou que a impressão que fica é que a equipe médica não questionou Stephanie pelo fato dela ser a mãe da menina e “não seria capaz de fazer isso”.
Olá, deixe seu comentário!Logar-se!