Fogo na região do Passo do Lontra, que fica a menos de 2 horas da cidade, dura há mais de dois dias.

Incêndio deixa Corumbá com apagão de energia e internet e cobre cidade com fumaça
Fumaça encobre Corumbá desde a semana passada. / Foto: Anderson Gallo / Diário Corumbaense

Os moradores de Corumbá sofreram com um apagão de internet, telefonia e energia elétrica nesta quinta-feira (16) por conta do fogo no Pantanal. O sinal ficou completamente interrompido por cerca de 20 minutos e após isso ocorreram oscilações.

Os incêndios florestais aumentarem na região desde a segunda-feira. A ocorrência de fogo mais próxima da cidade está acontecendo na região do Passo do Lontra, entre os municípios de Corumbá e Miranda. Esse registro ficou mais intenso na noite desta terça-feira (14) e prossegue até esta quinta-feira.

A concessionária emitiu nota e confirmou que o fogo causou o problema.

"A Energisa informa que devido ocorrência no sistema de transmissão da região de Corumbá, foi registrada interrupção de energia no município de Corumbá e Ladário nesta quinta-feira (16/11), entre 11h19 e 11h32. A Energisa, que é distribuidora de energia elétrica, entrou em contato com a empresa responsável pela transmissão e ONS (Operador Nacional do Sistema), que relacionaram a ocorrência ao fato das queimadas na região, que impactam nos circuitos elétricos de diversas formas, desde oscilações até interrupções de energia."

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam que entre 01 de janeiro até este dia 15 de novembro foram registrados 4.593 focos de incêndio, sendo 2.949 em Mato Grosso e 1.664 em Mato Grosso do Sul. O município de Corumbá é onde concentra-se grande parte desses focos.

Na lista dos 10 municípios com mais focos nas últimas 48h no Brasil, três deles estão no Pantanal: Corumbá. 151 focos; Poconé (MT), com 118; e Miranda, 62 focos. A cidade está em estado de emergência junto com Ladário, Miranda, Porto Murtinho e Aquidauana após decreto do governo do Estado.

Os Bombeiros de Mato Grosso do Sul confirmaram que nos últimos dias houve um aumento expressivo nos números de focos de calor no estado de Mato Grosso do Sul, por isso mesmo houve o decreto, na terça-feira (14), de situação de emergência em cinco municípios da região do Pantanal sul-mato-grossense, sendo eles Corumbá, Ladário, Miranda, Aquidauana e Porto Murtinho.

No final do mês de novembro na região é comum que já haja precipitações de chuvas consideráveis, porém esse ano ainda não houve chuvas e as temperaturas na região do Pantanal chegam a 46° C e ventos que ultrapassam os 50 km/h, tornando o combate direto aos incêndios florestais um desafio ainda maior para os Bombeiros Militares.

No inicio da semana houve uma reunião com órgãos do Governo Estadual para traçar estratégias para o combate a grandes incêndios florestais que atingem o estado como acionamento de mais militares, compra de equipamentos, acionamento de aeronaves para apoio logístico e também aeronaves especificas de combate a incêndios florestais.

No momento o CBMMS atua em três incêndios florestais de grandes proporções no Pantanal, um deles sendo na região norte, conhecida como Pantanal do Paiaguás, próximo da divisa com o Mato Grosso. Nesse local, são 14 militares atuando diretamente no combate às chamas.

O segundo grande incêndio está localizado na região chamada Passo do Lontra. Há uma aeronave de combate a incêndios (Air Tractor) e 15 bombeiros militares especialistas em combate a incêndios florestais.

O terceiro grande incêndio atinge uma extensa área na região do pantanal do Rio Negro, onde trabalham 33 bombeiros militares, juntamente com uma aeronave Air Tractor, apenas nessa região já foram queimados mais de 85 mil hectares. 

Os Bombeiros divulgaram que na região do Rio Negro, devido às condições climáticas extremas, está sendo realizado o combate direto e também indireto das chamas, com a criação de aceiros que são faixas de terra onde é feita a retirada do material vegetal para impedir a continuidade do incêndio e também a técnica de usar o fogo-contra-fogo com o intuito de suprimir a vegetação que seria queimada acabando com o combustível necessário para a continuidade do incêndio florestal.