Governo dos EUA pede que universidades não exijam registro criminal de alunos
O secretário de Educação dos EUA, John B. King. Jr. / Foto: EFE/EPA/Jim Lo Scalzo

O secretário de Educação dos EUA, John B. King. Jr., pediu nesta segunda-feira às universidades do país que parem de exigir comprovante de antecedentes penais no processo de admissão dos estudantes nas instituições.

King anunciou um novo plano do Departamento de Educação para ampliar o acesso à educação superior de jovens com antecedentes, em um evento realizado na Universidade da Califórnia (UCLA), que já não existe a apresentação do histórico criminal.

O plano consiste em um guia de recomendações, que propõe formas alternativas de as universidades manterem a segurança nos campus sem a necessidade de excluir estudantes com antecedentes.

King afirmou que esse passo é necessário para garantir a reinserção dos jovens que tiveram problemas com a Justiça.

"Os alunos que estiveram envolvidos no sistema de justiça criminal em seu passado, mas pagaram sua dívida com a sociedade, devem ter a oportunidade de uma educação superior", disse.

Os processos de entrada nas universidades americanas, conhecidos por serem longos e complexos, não devem "impor barreiras" aos que têm antecedentes penais ou criminosos, já que, dessa forma, isso prolongaria sua exclusão do sistema, defendeu King.

Já a procuradora-geral dos EUA, Loretta Lynch, afirmou que "muitas oportunidades são negadas a vários americanos", incluindo o acesso à universidade, por eles terem sido "presos no passado".

O requisito de apresentar informações criminais dissuade potenciais candidatos com boas qualificações acadêmicas de apresentar sequer sua solicitação a programas de educação, de acordo com o Departamento de Educação.

As sugestões do governo indicam que as universidades adiem a solicitação do histórico criminal até depois de tomarem a decisão se o estudante merece ser admitido na instituição.

Cerca de 66% das universidades solicitam aos futuros alunos seu histórico criminal, apesar de algumas alegarem que isso não influi no processo de admissão, segundo o relatório do Centro para Alternativas Comunitárias, que se baseia em dados do governo.