“Talvez eu fale com ele. Vamos ver”, disse Trump, destacando que seu governo considera agir “do jeito fácil”, mas também “do jeito difícil”.

Trump eleva pressão sobre Maduro e diz que os EUA podem “agir pelo bem” ou “pela força”
“Talvez eu fale com ele. Vamos ver”, disse Trump, destacando que seu governo considera agir “do jeito fácil”, mas também “do jeito difícil”. / Foto: Official White House Photo by Daniel Torok

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira que “poderia conversar” com o líder do regime venezuelano, Nicolás Maduro, e declarou que sua decisão busca “salvar vidas”, em meio ao forte avanço militar norte-americano no mar do Caribe e ao aumento da tensão com a Venezuela.

“Talvez eu fale com ele. Vamos ver”, disse Trump, destacando que seu governo considera agir “do jeito fácil”, mas também “do jeito difícil”.

As declarações foram dadas a bordo do avião presidencial, após uma repórter questioná-lo sobre a possibilidade de dialogar com Maduro, apesar de sua administração acusá-lo de chefiar uma suposta organização terrorista estrangeira. Trump respondeu que “ele é o líder” e que, mesmo diante das acusações, uma conversa direta “poderia salvar vidas”.

Trump ampliou as críticas à ditadura venezuelana ao afirmar que o país “enviou milhões de pessoas para os Estados Unidos” e que seu governo não está satisfeito com essa situação. O presidente ainda declarou:
“Não vou dizer qual é o objetivo. Vocês provavelmente deveriam saber, mas eles causaram muitos problemas”.

Ele também acusou Maduro de libertar presos e encaminhá-los em direção ao território norte-americano.
“Eles abriram suas cadeias e prisões e jogaram essas pessoas nos Estados Unidos, e não estamos satisfeitos com isso”, afirmou. Segundo Trump, entre elas estariam membros do Tren de Aragua, narcotraficantes e “chefões”.

As declarações ocorrem em um momento de forte presença militar dos EUA no Caribe. O porta-aviões USS Gerald R. Ford, o maior da frota, lidera uma operação com mais de dez embarcações, aviões de combate e cerca de 12 mil militares, com o objetivo de enfrentar organizações ligadas ao narcotráfico. Desde setembro, as forças norte-americanas já afundaram ao menos 21 embarcações suspeitas, e mais de 80 mortes foram registradas nesses confrontos.

Paralelamente, companhias aéreas comerciais e internacionais cancelaram voos para a Venezuela nos últimos dias devido ao aumento da movimentação de aeronaves e navios norte-americanos na região. Plataformas de rastreamento identificaram nessa semana aviões militares de grande capacidade operando entre Venezuela e Curaçao, incluindo um bombardeiro B-52, caças F/A-18 e uma aeronave de alerta antecipado.

Diante da onda de cancelamentos, o regime venezuelano informou que as companhias afetadas têm até 12h desta quarta-feira (horário local) para retomar suas operações, sob pena de terem seus “permissos de voo permanente” revogados.

A situação ocorre após a Administração Federal de Aviação (FAA) dos EUA alertar sobre os riscos de sobrevoar o território venezuelano devido ao contexto de aumento das operações militares americanas no Caribe.

Entre sábado e terça-feira, cerca de 33 operações internacionais foram suspensas no país, depois que a FAA recomendou que voos comerciais “redobrassem a cautela” na Venezuela e no sul do Caribe, classificando a região como “potencialmente perigosa”.

O alerta coincidiu com o reforço da operação militar dos EUA, apresentada como ação contra o narcotráfico, mas vista por Caracas como uma “ameaça” que busca provocar uma mudança de governo.