O Diário Oficial da União desta quinta-feira, 28 de março, anunciou a exoneração de José Olímpio Augusto Morelli do cargo de chefia que ocupava no Ibama, autarquia vinculada ao Ministério do Meio Ambiente. Morelli é o servidor que, em janeiro de 2012, multou em R$ 10 mil o então deputado federal Jair Bolsonaro por pesca irregular numa estação ecológica no litoral fluminense.

“Fui punido por ter feito minha obrigação”, diz funcionário que multou Bolsonaro
Bolsonaro foi multado por pesca irregular em 2012 / Foto: Divulgação

É também ele o autor das fotos que mostram o deputado trajando camiseta e sunga brancas no bote inflável, ao lado de varas de pescar e caixas repletas de peixes.

Em entrevista à revista Piauí, o servidor disse que enxerga ligação entre sua exoneração e a multa aplicada a Bolsonaro. “A conexão é total, fui punido por ter feito minha obrigação”.

Bolsonaro, além de nunca ter quitado a multa, um ano depois apresentou um projeto de lei que impedia que fiscais do Ibama portassem ou usassem armas de fogo em suas missões de campo. Como o projeto não foi aprovado, o então parlamentar entrou com um mandado de segurança na Justiça Federal para conseguir autorização para a pesca amadora na mesma estação ecológica em que foi autuado.

Em janeiro deste ano, a superintendência do Ibama no Rio de Janeiro suspendeu a infração, com base num parecer da Advocacia-Geral da União de dezembro de 2018 segundo o qual Bolsonaro não teve amplo direito de defesa no processo. No início de março, um parecer técnico do Ibama afirmou que a multa aplicada a Jair Bolsonaro estaria prescrita há um ano e dois meses,

Morelli ocupava desde maio de 2018 a chefia do Centro de Operações Aéreas, divisão do Ibama responsável pela frota de seis helicópteros usados para a fiscalização do desmatamento na Amazônia e outras missões. O nome do substituto de Morelli ainda não foi anunciado pelo ministério; funcionário concursado, o engenheiro agrônomo segue no Ibama, sem função definida por enquanto.