Mulher também teve a medida de recolhimento domiciliar noturno retirada

Falsa biomédica que causou lesões em pacientes tem tornozeleira retirada pela Justiça em Campo Grande
Mulher foi presa enquanto realizava procedimento, no dia 14 de abril deste ano. / Foto: Foto: Helder Carvalho, Jornal Midiamax

A Justiça determinou a retirada da tornozeleira eletrônica e o recolhimento domiciliar noturno da falsa biomédica acusada de exercício ilegal na Vila Piratininga, em Campo Grande, nesta sexta-feira (5). Ela foi presa em abril após procedimentos malsucedidos em pacientes.

A esteticista foi presa em abril deste ano pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) quando atuava como biomédica. Na época, ela não tinha autorização para realizar a aplicação de ácido hialurônico nos pacientes.

A revogação da medida cautelar de monitoramento eletrônico e recolhimento domiciliar noturno foi publicada no Diário da Justiça desta sexta-feira (5). A decisão diz que não existem mais motivos para a manutenção, mas mantém o cumprimento de outras medidas cautelares.

 “[…] i) não se ausentar da sua comarca sem prévia autorização deste juízo; ii) não mudar de endereço sem prévia comunicação a este juízo e iii) comparecimento a todos os atos do processo, quando devidamente intimado, sob pena de restabelecimento da prisão preventiva e iiii) comparecimento bimestral em juízo para justificar suas atividades”, determinou a Justiça.

Relembre o caso
Na ‘clínica’, localizada nos fundos de outros estabelecimentos comerciais na Vila Piratininga, foram apreendidos diversos frascos de ácido hialurônico, no dia 14 de abril.

Além disso, foi identificado que possivelmente mais de 30 aplicações haviam sido realizadas no local, com base nos materiais encontrados já abertos. Também foram apreendidas notas fiscais e um caderno de clientes.

Foi constatado o descarte irregular das agulhas utilizadas nos procedimentos. No local, os policiais constataram que a mulher realizava o descarte em lixo comum. Também foi identificado o armazenamento irregular do ácido, sendo que um deles foi apreendido em temperatura ambiente — eles deveriam ser armazenados em refrigerador.

O delegado Reginaldo Salomão, titular da Decon à época, explicou que a mulher fez um ano de graduação em Biomedicina, mas não concluiu. “Ela é formada em estética, ela não pode aplicar nada. Chegou a fazer um ano de Biomedicina, mas não é formada e não concluiu o curso”, explicou.

Segundo o delegado, ela sabia que estava sendo investigada e, com isso, tinha mudança frequente de endereço. Mas, com o auxílio de uma das vítimas, a mulher foi localizada pelos policiais da Decon.

“Ela já é investigada, já causou lesões em outras pessoas. A gente não conseguiu localizar porque ela não tem nada no nome dela. Através de uma vítima, chegamos até esse endereço”, disse.

Na visão do delegado, o preço ‘baixíssimo’ traz desconfiança quanto ao produto que era aplicado. Isso porque os procedimentos custavam em torno de R$ 500. “Um tratamento desse é entre R$ 3.500 e R$ 5 mil, ela estava cobrando R$ 500. Então, a gente acredita em uma hiperdiluição”, pontuou.

Falsa biomédica que causou lesões em pacientes tem tornozeleira retirada pela Justiça em Campo Grande