Sentou no último dia 16 (quinta) no banco dos réus no Fórum de Maracaju, o escrivão da Polícia Civil Ricardo Baren de Araújo (42), réu confesso de matar sua amante e convivente, Sandy Luana Honório Cardoso da Silva, 22 anos (na época). O julgamento teve início às 07:30 e durou cerca de 13 horas, entre os depoimentos das testemunhas de defesa e acusação, e a tentativa da Promotoria Pública em condenar o réu com a pena máxima e seus, três advogados que pediam a absolvição de Ricardo Baren de Araújo, pelo Júri.
Sandy Luana Honório Cardoso da Silva foi assassinada entre os dias 27 e 28 do ano de 2012. Laudos periciais apontam como causa morte possível disparo de arma de fogo.
O crime foi praticado por Ricardo Baren de Araújo (42) com quem Sandy Luana Honório Cardoso da Silva tinha um relacionamento extra conjugal.
O autor após prestar cerca de seis depoimentos totalmente contraditórios, disse que ele não teria matado a jovem Sandy, e que nem mesmo havia tentado ocultar seu corpo.
Exoneração
Ricardo Baren de Araújo, foi exonerado pelo então Governador André Puccinelli, da função de Escrivão de Polícia Judiciária, no dia 26 de setembro de 2012, através do DECRETO “P” nº 3.971.
Entenda o Caso
- Desparecimento
A jovem Sandy Luana Honório Cardoso da Silva estava desparecida desde o domingo 27/11/2011. Segundo sua mãe Iracema a jovem deu as últimas notícias por volta das 18h00min através de uma ligação para ela ainda no domingo, dizendo que estaria na cidade de Dourados e que estaria retornando para Maracaju até no máximo na Quarta-feira 07/12/2011. E nunca mais foi vista pelos familiares.
- Ossada encontrada as margens da Rodovia MS-162
Uma ossada humana foi encontrada no último dia 20/04/2012 por funcionários da Agesul que realizavam a limpeza das margens da Rodovia MS-162 que faz a ligação entre as cidades de Maracaju e Sidrolândia.
O fato deu-se por volta das 10h00min da manhã do referido dia a cerca de 15 quilômetros de Maracaju, onde o funcionário da Agesul que encontrou a referida ossada entrou em contato com a Polícia Militar através do telefone de emergência 190 dizendo que havia encontrados restos humano as margens da rodovia.
- Autoria
O Delegado Luís Augusto Milani do 1º DP Regional de Dourados SIG (Serviço de Investigações Gerais) em parceria com o DEFRON (Delegacia de Repressão aos Crimes de Fronteira) responsável pelo caso, realizou a prisão temporária do agente civil de Maracaju Ricardo Baren de Araújo (fato ocorrido dia 19/05/2012). Relatou o Delegado “foi uma medida de prevenção, evitando que o agente se evadisse, já que é suspeito em alto potencial de envolvimento no assassinato da jovem Sandy Luana Honório C. Silva (22) que estava desaparecida a cerca de seis meses”.
Segundo o delegado o agente civil tinha relações amorosas com a jovem, e foi visto juntamente com Sandy Luana, nos últimos dias anteriores ao seu desaparecimento.
Sobretudo um boletim de ocorrência foi registrado pelo próprio agente civil de Maracaju, relatando o desparecimento de Sandy Luana em uma Delegacia da cidade de Dourados no final do mês de Novembro de 2011.
O Dr. Luís afirmou ainda que a prisão preventiva era válida por 30 dias, podendo ser prorrogada, por tempo indeterminado.
- Interrogatório
Já no seu 1º interrogatório (19/05/2012) o suspeito Ricardo Baren de Araújo negou todas as acusações e disse que somente iria se expressar em juízo sobre o caso.
Inúmeras provas anexadas no inquérito, através de localização de projétil e cápsulas deflagradas encontradas no local junto à ossada de Sandy Luana, que após exames de balísticas, o laudo identificou que foram disparadas pela arma do agente civil suspeito.
O caso foi investigado pelas autoridades policiais por seis meses, e possuí inúmeros indícios de envolvimento do suspeito.
- Julgamento
O Júri Popular que teve início às 07h30min. Na acusação estava a Promotora de Justiça, que durante horas sustentou a tese de que Ricardo, premeditou o crime respondendo então por homicídio qualificado pelo meio cruel e ocultação de cadáver.
Já na defesa do acusado, os advogados argumentaram na defesa homicídio privilegiado, tentando convencer os sete jurados, de que seu cliente agiu por violenta emoção.
O julgamento foi presidido pelo Juiz Dr. Raul Ignatius que por volta das 19h25min proferiu a sentença. "E pela maioria dos votos, o réu foi condenado pelos crimes de Homicídio Qualificado e Ocultação de Cadáver a uma pena de 15 anos e 10 dias de reclusão em Regime Fechado e foi novamente levado ao presídio, onde está recluso há 3 anos", ponderou o Juiz.
Segundo o advogado do autor, a defesa irá recorrer da sentença.
Ao sair da sala do Juri Ricardo Baren de Araújo sempre permanecia de cabeça baixa, porém os familiares de Sandy Luana comemoraram a decisão, mesmo achando que a pena foi insatisfatória. "Sabemos que ela não vai voltar mais, mas pelo menos ele irá pagar por ter destruído não somente a vida dela, mas a da filha que ficou sem mãe", frisaram os familiares que agradeceram a Promotora Pública representante do Ministério Público.
Ricardo já cumpriu cerca de 3 anos de prisão em regime fechado até a data do seu julgamento e como a constituição permite que o condenado cumpra no mínimo 1/3 da pena em regime fechado. Ricardo deverá ficar mais 2 anos em regime fechado e poderá cumprir o restante da pena no regime semiaberto.
Reveja as matérias anteriores sobre o caso clicando nos links logo abaixo.
1ª Jovem maracajuense de 22 anos está desaparecida há sete dias - Domingo, 11 de Dezembro de 2011
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