O SIBEE acontece a cada dois anos e premia pesquisadores que trabalham com temas relacionados à eletroquímica e eletroanalítica.

Doutoranda da UFGD tem pesquisa premiada em Simpósio Brasileiro de Eletroquímica e Eletroanalítica
/ Foto: Divulgação

A doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Química da UFGD, Elizabete Maria Maximiano, teve sua pesquisa escolhida entre as melhores apresentadas no Simpósio Brasileiro de Eletroquímica e Eletroanalítica (SIBEE), um dos maiores e mais importantes eventos da área no país. A pós-graduanda é orientada pelo professor doutor Magno Trindade, vinculado à Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia (FACET/UFGD) e o doutorado é oferecido em associação com as Universidades Federal de Goiás (UFG) e Estadual de Goiás (UEG).

O SIBEE acontece a cada dois anos e premia pesquisadores que trabalham com temas relacionados à eletroquímica e eletroanalítica. Essa edição, houve aproximadamente 300 trabalhos concorrentes e mais de 500 participantes no evento. Segundo o orientador, a pesquisa não só busca construir dispositivos microfluídicos com materiais alternativos de baixo custo como também popularizar técnicas de preparo de amostras em associação com análises eletroquímicas.

"Isso, além de possibilitar a formação de recursos humanos qualificados, também fornece subsídios técnico-científicos para que as agências reguladoras estabeleçam novas legislações de controle de contaminantes e suas formas derivadas em regiões afetadas. Essas abordagens tão importante no contexto socioambiental, contribui para a conscientização da sociedade quanto a preservação ambiental, a prevenção de doenças de transmissão hídrica e, por sua vez, para a melhoria de sua qualidade de vida", explicou o orientador.

Para a doutoranda, ter ganhado o prêmio foi sinal de reconhecimento a um trabalho desenvolvido há dois anos. "Eu já trabalho na área da eletroanalítica há mais de seis anos desde a Iniciação Científica e o mestrado, ambos feitos na UFGD, até agora no doutorado, e já havíamos ganhado um prêmio de melhores trabalhos no SBQ-CO, que foi um evento regional realizado na Universidade no mês de março. No entanto, o SIBEE é o maior evento da área no Brasil e estar entre os melhores trabalhos, concorrendo de igual pra igual com universidades com cursos de química tradicionais e muito conceituados, me deixa com enorme sentimento de dever cumprido. Nesse momento de tantas incertezas e tanta dificuldade que nós, da pós-graduação estamos enfrentando, esse reconhecimento nacional me trouxe um novo ânimo e a certeza de que o trabalho está sendo bem feito e que precisamos dar continuidade. Agradeço a UFGD por me proporcionar toda a infraestrutura necessária para desenvolver o trabalho", disse Elizabete.

A PESQUISA

A pesquisa usa materiais alternativos para o desenvolvimento de dispositivos microfluídicos com objetivos de usá-los em determinação de contaminantes no ambiente (água potável e de lagos) bem como amostras de alimentos de origem animal.

No grupo, o pós-graduando é capaz de desenvolver habilidades de microusinagem (construção de células eletroquímica com novos designs de eletrodos), fabricação de microdispositivos, moldagem de microcanais (em filamentos de ABS) em plataforma microfluídicas contendo PDMS (polidimetilsiloxano), o uso desses dispositivos integrados, a técnica de detecção eletroquímica, bem como técnicas de injeção de amostras para aplicações analíticas em níveis de traços.

Neste contexto, busca-se desenvolver dispositivos microfluídicos e eletroquímicos alternativos que permitem usá-los para quantificar o acúmulo de antibióticos de uso humano e veterinário em matrizes de interesse socioambiental, como por exemplo: alimentos, efluentes e águas de captação.

No cenário atual dos contaminantes emergentes, a pesquisa desenvolve novas metodologias alternativas para responder questões como: dá para comer esse alimento? Ou ainda, dá para beber essa água?