De acordo com nota divulgada a pouco pelo MPE, os desvios tiveram início logo nos primeiros meses de 2017 e, naquele momento, serviram ao propósito de saldar dívidas da campanha eleitoral para a eleição municipal.

Dinheiro público foi usado para pagar dívidas de campanha, aponta MPE
Agente do Gaeco durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. / Foto: Divulgação/MPE

A operação Terra Branca II, deflagrada nesta manhã pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e Ministério Público Estadual, tem como objetivo investigar suposto esquema de desvio de dinheiro público para pagar dívidas de campanha eleitoral de 2016 na cidade de Ladário. 

De acordo com nota divulgada a pouco pelo MPE, os desvios tiveram início logo nos primeiros meses de 2017 e, naquele momento, serviram ao propósito de saldar dívidas da campanha eleitoral para a eleição municipal. Após isso, o esquema foi ampliado para propiciar a continuidade dos desvios em favor dos gestores da Secretaria de Assistência Social.

Os crimes investigados são de organização criminosa, peculato, prevaricação, falsidade ideológica e fraude em licitação através do desvio de dinheiro público mediante a contratação fraudulenta de empresas e prestadores de serviços, via dispensa ilegal de processo licitatório, com superfaturamento dos preços e ausência da entrega do bem ou serviço contratado.

Segundo o MPE, a fraude também ocorria por meio de contratação direta de servidores, via processo seletivo também fraudado. Os valores dos cofres públicos recebidos pelas empresas ou servidores contratados ilegalmente eram repassados aos agentes públicos participantes do esquema. 

A ex-secretária de Assistência Social e Administração de Ladário, Andressa dos Anjos Paraquett, foi presa no Rio de Janeiro. Ela atuou durante a gestão do prefeito afastado Aníbal Ruso (PSDB). 

Outros três mandados de prisão ainda são cumpridos e não tiveram o nome dos alvos divulgados.

Nesta segunda (25), em cumprimento aos mandados de busca e apreensão, os agentes do Gaeco vasculharam a Secretaria de Assistência Social, o setor de Recursos Humanos localizado na Prefeitura Municipal, a residência dos investigados, além de 4 empresas com sede na vizinha cidade de Corumbá que mantiveram contratos fraudulentos com o Município de Ladário. 

Em novembro do ano passado o prefeito de Ladário acabou preso junto com outros sete vereadores e o ex-secretário de educação Hélder Botelho. Eles continuam sob resguardo da justiça em Campo Grande, com excessão da vereadora pastora Lilia (MDB), que cumpre mandado de prisão em caráter domiciliar.