Do começo do ano até agora, dengue matou 28 pessoas em Mato Grosso do Sul.

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Dengue avança com casos em Mato Grosso do Sul. / Foto: Reprodução/Eliel Oliveira

Com o retorno da dengue tipo 3 ao Brasil, 15 anos após a última epidemia registrada no País, especialistas apontam que crianças e adolescentes nascidos a partir de 2008 estarão mais suscetíveis a contrair a doença, que deve apresentar pico de infecções no próximo ano em Mato Grosso do Sul.

“A pessoa só pega cada tipo de dengue uma única vez e depois fica imune, então, como não tivemos período epidêmico nos últimos 15 anos no Brasil, a população que nasceu nesse período ainda não tem anticorpos porque não teve contato com a doença. A tendência aqui e em vários países é que seja uma dengue essencialmente pediátrica”, explica o infectologista e pesquisador da Fiocruz, Rivaldo Venâncio.

Em relação à condição clínica, o médico afirma que não há diferença nos sintomas entre as variações da dengue. “São quatro tipos, mas do ponto de vista clínico a mesma dengue, com os mesmos sintomas”, explica. 

Apesar do surgimento de novos casos, já identificados em Roraima e no Paraná, Rivaldo prevê apenas para 2024 uma proliferação da doença no País. “Não vai ser de imediato porque são necessários vários meses para que se tenha a quantidade suficiente de mosquitos infectados para produzir uma epidemia, por isso, a doença vai se espalhando devagar. Talvez para o ano que vem tenhamos esse período epidêmico, esse ano ainda não”, finaliza. 

Dengue em Mato Grosso do Sul
Somente neste ano, a dengue já matou 28 sul-mato-grossenses com idades entre 3 e 92 anos. Segundo dados da SES (Secretaria Estadual de Saúde), 10 óbitos estão em investigação e 32.155 casos foram confirmados. 

Dos 79 municípios, todos já registraram casos prováveis da doença. Do total, 72 estão na faixa vermelha, com alto índice de incidência. 

Sintomas da doença

Dengue é uma doença causada por vírus e transmitida, principalmente, pela picada de um mosquito da família Aedes, em especial o Aedes aegypti. As causas da dengue podem estar relacionadas à água parada, com desenvolvimento do mosquito. Por isso, ocorrem as ações de conscientização da Saúde e fiscalização nas residências.

Conforme a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), existem sintomas clássicos da dengue, como dores nas articulações e olhos, fraqueza, dores de cabeça e febre, contudo o diagnóstico deve ser feito durante atendimento médico.

O que fazer no combate à dengue
Caixas d’água, cisternas, tonéis, tambores e filtros necessitam ser tampados. Até mesmo reservatórios de eletrodomésticos devem passar por uma vigilância frequente, como é o caso de geladeiras e climatizadores.

Verifique se a sua geladeira tem um coletor de água do degelo automático (fica na parte de trás, perto do motor). Caso tenha, é preciso limpar com água e sabão a bandeja onde a água é acumulada, pelo menos uma vez por semana. No caso de climatizadores ou aparelhos de ar-condicionado, é necessário retirar o compartimento, esvaziá-lo e lavá-lo.

Ralos limpos e com aplicação de tela evitam o surgimento de criadouros. Além disso, é importante saber que a água com larvas não deve ser derramada em ralos ou na pia – lugares que podem gerar acúmulo –, mas sim na terra ou no cimento quente.

Um modo de prevenir criadouros é descartar objetos no lugar correto e levar o lixo para fora de casa somente no dia da coleta, por exemplo. Recipientes e sacos plásticos, garrafas, latas, sucatas, ferro-velho, entulhos em construção, tudo isso pode ser foco do mosquito.

Furar o fundo das latas e, se possível, amassar, tampar latas de tinta e deixá-las em local adequado, enviar sacos plásticos para reciclagem, amassar copos descartáveis e manter garrafas com tampas ou viradas para baixo são algumas medidas que podem ajudar a eliminar o acúmulo de água.