Assembleia vai sabatinar pastor que grampeou deputados

A Mesa Diretora da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul deve convocar em breve o pastor Jairo Fernandes, dono do celular que tinha aplicativo de gravação e registrou conversa entre os deputados estaduais Paulo Corrêa (PR) e Felipe Orro (PSDB) tramando uma fraude no ponto de frequência da Casa na tentativa de esconder eventuais servidores fantasmas.

A Corregedoria da Assembleia já ouviu mais duas testemunhas sobre o caso das escutas entre Corrêa e Orro. Os dois parlamentares já apresentaram a defesa por escrito, mas também devem ser ouvidos, na próxima semana.

Assim que todos os depoimentos forem colhidos pela Corregedoria, relatório será emitido recomendando ou não à presidência da Casa instalação de comissão de ética e disciplina para apurar ausência de decoro dos deputados.

O pastor mora em Maracaju, onde estava Orro, que pediu o celular emprestado dele para retornar ligação de Correa.

Foi o pastor quem denunciou o caso ao Ministério Público de Maracaju. Segundo ele, o aparelho possuía aplicativo de gravação de ligação porque ele era vítima de ameaças há cerca de 2 anos. A conversa ocorreu em julho de 2015 e só veio à tona agora em razão da denúncia do pastor.

FUNCIONÁRIOS FANTASMAS

Na sessão de quarta (16), o presidente da Assembleia, Júnior Mochi (PMDB), devolveu o documento de abertura da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar funcionários fantasmas na Casa de Leis ao propositor Marquinhos Trad (PSD).

Segundo o presidente, "o requerimento é omisso quando não aponta quem praticou tal conduta e quando aconteceu. Devolvo o documento ao autor para melhor especificar o objeto e o lapso temporal da investigação da comissão, descrevendo quais denúncias e quando ocorreram os fatos apurados para se cumprir seus objetivos".

O assunto foi ganhou destaque durante a campanha eleitoral quando os candidatos à prefeitura de Campo Grande acusaram o deputado Marquinhos de ter sido funcionário fantasma na época em o pai dele, Nelson Trad, foi parlamentar na Casa e ele cursava bacharel em direito no Rio de Janeiro.

Em diversos debates e propagandas eleitorais Trad negou a acusação alegando que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e o Ministério Público Estadual lhe atestou inocência. Ainda antes de ser eleito, o deputado apresentou o requerimento para instaurar CPI para apurar denúncias de prática de nepotismo e de existência de servidores 'fantasmas' lotados nos gabinetes parlamentares ou em qualquer diretoria, secretaria ou qualquer outro órgão da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, desde o ano de 1986.

O documento foi assinado por Amarildo Cruz (PT), João Grandão (PT), Pedro Kemp (PT), Cabo Almi (PT), Zé Teixeira (DEM), Beto Pereira (PSDB), Lídio Lopes (PEN), Coronel David (PSC), Professor Rinaldo (PSDB), Renato Câmara (PMDB) e Marcio Fernandes (PMDB). Com G1.