Horas após tanques das Forças Armadas desfilarem ao lado do Congresso Nacional, a Câmara dos Deputados impôs uma derrota ao presidente Jair Bolsonaro ao rejeitar na noite de terça-feira (10/08) a proposta de emenda constitucional (PEC) que buscava instituir o voto impresso na eleição de 2022.

Voto impresso é derrotado na Câmara em placar equilibrado

O resultado equilibrado, porém, deve manter os ataques do presidente ao sistema eletrônico de votação, acreditam cientistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil.
Foram 229 votos a favor da mudança da urna eletrônica, 218 contra e 1 abstenção. Embora o placar tenha sido levemente favorável à PEC, o resultado ficou bem distante do necessário para aprovar a medida. Por se tratar de uma tentativa de alteração da Constituição, era preciso ao menos 308 deputados a favor para que a proposta seguisse tramitando no Congresso.
A proposta do voto impresso se tornou uma bandeira central de Bolsonaro nas últimas semanas - sem apresentar provas, ele alega que as urnas eletrônicas podem ser fraudadas e que apenas o registro físico do voto permitiria uma auditoria do resultado do pleito, o que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) refuta.
Críticos de Bolsonaro, por sua vez, consideram que ele não está de fato preocupado com a segurança da votação e deseja lançar desconfianças sobre o sistema eletrônico para contestar o resultado do pleito de 2022 caso não consiga se reeleger.