Mas, já refletiu sobre o quanto você conhece sobre a história da dengue? Você sabe realmente contra o que estamos lutando?

Você conhece mesmo a dengue?
/ Foto: Blog da Saúde

Dengue é uma doença antiga e bem conhecida do povo brasileiro. Presente em todos os estados brasileiros, o mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença, já é uma figura carimbada combatida com fervor todos os anos pela população.

Mas, já refletiu sobre o quanto você conhece sobre a história da dengue? Você sabe realmente contra o que estamos lutando?

Com ocorrências relatadas há mais de 200 anos, a dengue é uma doença única, dinâmica e sistêmica. Isso significa que a doença tem cura, mas os sintomas podem se agravar.

Por isso, é preciso constante reavaliação e observação dos sintomas, para que as intervenções médicas aconteçam nos momentos certos e que não ocorram óbitos.

Apesar de ter se popularizado bastante e, por isso, a população brasileira ter perdido um pouco do temor pela doença, é importante lembrar que a dengue é uma enfermidade que requer cuidados médicos específicos e, se não tratada, pode levar à morte.

Uma doença, quatro tipos de sorotipos
Você sabia que se uma pessoa já teve dengue ela ainda pode ser infectada por outro tipo da doença? Divino Valero Martins, coordenador do Programa Nacional de Controle da Malária, Dengue, Zika e Chikungunya do Ministério da Saúde, explica que o paciente realmente fica imune após se recuperar de um tipo da doença, mas ainda tem chances de pegar algum dos outros 3 tipos existentes.

Por isso, é importante manter as medidas de prevenção e segurança mesmo que já tenha sido infectado alguma vez.

"Existem quatro tipos de vírus de dengue. Cada pessoa pode ter os 4 sorotipos da doença, mas a infecção por um sorotipo gera imunidade permanente para ele.

Nesse caso, depende de qual vírus está circulando naquele ambiente, já que a transmissão acontece quando o Aedes pica uma pessoa infectada e acaba infectando também outra pessoa", esclarece.

Uma doença com muita história
Aedes Aegypti significa "odioso do Egito". De acordo com pesquisas do Instituto Oswaldo Cruz, o mosquito transmissor da dengue é originário do Egito, na África, e vem se espalhando pelas regiões tropicais e subtropicais do planeta desde o século 16, período das Grandes Navegações.

Admite-se que o vetor foi introduzido no Novo Mundo, no período colonial, por meio de navios que traficavam escravos.

Além disso, relatos da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) mostram que a primeira epidemia de dengue no continente americano ocorreu no Peru, no início do século 19, com surtos no Caribe, Estados Unidos, Colômbia e Venezuela.

No Brasil, os primeiros relatos de dengue datam do final do século XIX, em Curitiba (PR), e do início do século XX, em Niterói (RJ).

No início do século XX, o mosquito já era um problema, mas não por conta da dengue -- na época, a principal preocupação era a transmissão da febre amarela.

Em 1955, o Brasil erradicou o Aedes aegypti como resultado de medidas para controle da febre amarela.

Contudo, o relaxamento das medidas adotadas levou à reintrodução do vetor em território nacional, no final da década de 1960. Hoje, o mosquito é encontrado em todos os estados brasileiros.

Fique atento aos sintomas
Ainda não existe vacina ou medicamentos contra dengue, somente para aliviar seus sintomas. Portanto, a única forma de prevenção é acabar com o mosquito, eliminando os possíveis criadouros.

Os principais sintomas da dengue são:
Febre alta > 38.5ºC.

Dores musculares intensas.

Dor ao movimentar os olhos.

Mal estar.

Falta de apetite.

Dor de cabeça.

Manchas vermelhas no corpo.

No entanto, a infecção por dengue pode ser assintomática (sem sintomas), leve ou grave. Neste último caso pode levar até a morte.

Normalmente, a primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C), de início abrupto, que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, além de prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e coceira na pele. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns.

Em alguns casos também apresenta manchas vermelhas na pele. Na fase febril inicial da dengue, pode ser difícil diferenciá-la.

A forma grave da doença inclui dor abdominal intensa e contínua, vômitos persistentes e sangramento de mucosas.

Se apresentar os sintomas, procure imediatamente um serviço de saúde para diagnóstico e tratamento adequados.

Todos os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

Combater a dengue também é se prevenir contra Zika e chikungunya. Isso porque os três vírus são transmitidos pelo mesmo mosquito: Aedes aegypti. Saiba mais: Combate ao Aedes Aegypti: prevenção e controle da Dengue, Chikungunya e Zika