De acordo com o auto de prisão, o suspeito disse que estava defendendo a si e a mulher, de suposta violência que seria cometida pela vítima.

Vítima de homicídio não pode ser sepultada por falta de documento
Gilmar da Silva Costa foi encontrado morto pelo vizinho. / Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

A polícia prendeu o suspeito do homicídio do autônomo Gilmar da Silva Costa, de 40 anos, que ocorreu na madrugada desta quinta-feira, dia 25 de novembro, em Campo Grande. Em depoimento, Jhonny Anastacio Reinaldo do Nascimento confessou o crime e alegou legítima defesa.

De acordo com o auto de prisão, o suspeito disse que estava defendendo a si e a mulher, de suposta violência que seria cometida pela vítima.

Nascimento relatou a polícia que sua esposa pediu um empréstimo de R$ 200 a vítima e deixou o celular como garantia. Quando foi quitar o débito e pegar o aparelho de volta, ela teria sido assediada.

Nascimento relatou que aguardava do lado de fora da casa da vítima o retorno da mulher, quando teria ocorrido o assédio. Ele relata que teria entrado no local para “defender” a esposa e acabou matando Costa com vários golpes de faca.

O suspeito crime possui passagens pela polícia e acusações de roubo e furto qualificado nos anos de 2012 e 2014.

Corpo retido

Após o crime, a família de Costa tentou dar entrada nos trâmites para o enterro dele, mas descobriu que não seria possível porque o familiar, de 40 anos, não possui nenhum documento de registro civil (certidão de nascimento, identidade, CPF ou habilitação).

A família procurou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul para saber quais providências tomar em relação ao caso e recebeu a informação de que levaria até 4 meses para o que o processo fosse finalizado e o corpo liberado do Imol.

“Ele não sabia ler. Então isso foi gerando uma vergonha nele e ele foi adiando, adiando”, contou a assistente de educação infantil Priscila Silva, 30 anos, sobrinha da vítima, sobre o fato de Gilmar não possuir documentos.